Quando alguém gritou “Terra à vista” naquele de abril de 1500, os tripulantes de Pedro Álvares Cabral não faziam ideia de como seria a música dos nativos da terra de Santa Cruz. A primeira música que os exploradores ouviram quando chegaram aqui pode não ter sido a música da primeira missa rezada por esses lados do Atlântico. Pode ter sido um canto indígena. O escrivão Pero Vaz de Caminha anotou isto em carta a El Rey: “Eles [os índios] folgavam e riam, e andavam com ele muito bem ao som da gaita ... dançaram e bailaram sempre com os nossos, ao som de um tamboril nosso...” A epístola de Pero Vaz aos portugueses já adianta que o processo de submissão cultural dos nativos os levaria a praticar obrigatoriamente a música “dos nossos”, a música luso-europeia. Os padres jesuítas, desde sua chegada em 1549, empregavam o canto como instrumento de catequese nas aldeias indígenas e seus aprendizes participavam das atividades musicais em missas e ofícios. Imbuídos da missão de s
Música, mídia, cultura.