É noite em Jerusalém e a plateia aguarda com expectativa do lado de fora do átrio: “E o Troféu Ebenezer de Melhor Salmista vai para... [que rufem os adufes] Jedutum!” Os filhos de Hamã aplaudem, e em coro saúdam com a típica manifestação mosaica: “Ele merece! Ele merece!” Mas, no fundo, esperavam sair com o prêmio nas mãos. Agora, até as raposas sem covil sabem que rolos e rolos de pergaminho com as letras de Jedutum vão ser vendidos com a inscrição de “melhor cantor do ano”. 3 ou 4 mil anos depois... O Troféu Promessas se define como um “evento com apoio da Rede Globo e um instrumento para honrar a vida daqueles que se dedicam à música gospel”. É o que diz no site da premiação. Talvez fosse suficiente dizer que se trata de um evento dedicado a premiar os cantores gospel, mas é preciso celebrar tanto a inédita parceria com a mídia dominante como também justificar a competição com tonalidades nobres. Fico pensando que se quisessem honrar a vida do cristão não bastari
Música, mídia, cultura.