8 de maio de 1945: há 70 anos, os combates da II Guerra terminavam na
Europa, enquanto no Extremo Oriente a guerra ainda prosseguia. Para lembrar o Dia da Vitória
(conhecido como o Dia V), deixe um pouco de lado de lado a fantasia da vingança de Bastardos
Inglórios, o chororô de O Menino do Pijama Listrado ou qualquer filme de guerra
com o Nicholas Cage e veja essa lista de 8 filmes sobre a II Guerra que
provavelmente você ainda não assistiu.
[Antes da lista, quero lembrar que há 30 anos eu e o Kelvin Ferreira, dois pré-adolescentes filhos de professores num internato no Amazonas (IAAI), fomos sabatinados sobre a II Guerra pelo colégio inteiro numa tal de capela cultural. Mesmo sendo dois devoradores de bibliotecas, não tínhamos respostas para todas as questões, mas as que tínhamos teriam nos levado longe num Show do Milhão.rs]
Patton – O controverso general Patton foi até suspenso pelo alto
comando por afligir seus soldados, mas era um estrategista tão genial e temido
pelo inimigo que foi deslocado para uma missão fake com o único objetivo de despistar
os alemães antes do desembarque das tropas aliadas (este evento passou para a história como o Dia D, não vamos confundir as letras).
Quando voam as cegonhas - Jovem casal separado pela guerra. Se a
premissa é comum, sua filmagem é incomum. Uma atriz incrível e uma fotografia
fantástica, com ângulos inusitados e expressivos. Emocionante relato sobre as
angústias e a força das mulheres que ficaram para trás na guerra.
A ponte da desilusão – No fim da II Guerra, um grupo de adolescentes alemães é subitamente recrutado para proteger uma ponte. A convocação deles acentua a insensatez de todas as guerras. Belo e trágico.
O Barco – E o ponto de vista dos alemães? Este filme se passa quase que
inteiramente dentro de um submarino alemão, cuja tripulação não é constituída
por demônios enlouquecidos, mas por seres humanos obedecendo a ordens e tomando
decisões que envolvem riscos mortais inclusive para si mesmos. Ação e reflexão
da loucura da guerra sem nenhum minuto entediante.
Roma Cidade Aberta – Uma cidade
italiana lutando contra o exército inimigo com as únicas armas que lhe restam:
a solidariedade e a abnegação em prol da liberdade. Representada por uma mãe
coragem, um padre defensor dos direitos e um jovem grupo de resistentes, o filme
é um milagre de técnica e emoção rodado com parcos recursos no calor da guerra.
Fugindo do Inferno – Irônico e épico ao mesmo tempo, narra com extremo
vigor o plano de fuga de soldados confinados por nazistas num campo de
prisioneiros. Atuações, montagem e trilha sonora primorosas.
A infância de Ivan - Um órfão de 12 anos serve de espião russo na II Guerra e vemos como a infância e a inocência são destruídas pela maldade da guerra dos adultos. Extraordinariamente bem filmado, tem um final sublime.
A infância de Ivan - Um órfão de 12 anos serve de espião russo na II Guerra e vemos como a infância e a inocência são destruídas pela maldade da guerra dos adultos. Extraordinariamente bem filmado, tem um final sublime.
Noite e Neblina – O documentário francês Noite e Neblina (1955) foi o
primeiro filme a enfocar o Holocausto. Utilizando imagens de arquivo que
registraram as atrocidades nazistas contra os judeus, o diretor Alain Resnais
alterna essas cenas absurdamente cruéis com imagens dos crematórios e campos de
concentração, alterna o preto-e-branco de corpos jogados em covas coletivas com
imagens coloridas das câmaras de gás vazias. O diretor procura os oficiais
nazistas que perpetraram tamanho horror e ouve a mesma resposta deles: “Não sou
o responsável”. Mas então, de quem é a culpa? Com apenas 32 minutos de duração,
sem fotografia glamourosa, sem música lacrimogênea, esse filme deixa na mente a
indignação e, principalmente, a avaliação de que um grupo social pode ser
vitimado por meio do poder político e com a cumplicidade da maioria da
população.
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