Certo dia, porque é sempre em
certo dia que esses eventos se dão, um grupo de alunos subiu ao andar onde seu
professor corrigia provas e lhe perguntaram: “Mestre, é mais fácil um camelo
entrar voando por essa janela do que um legalista ir para o céu?”
O professor, sabendo que camelos
não voam e que todo legalista pensa que a lei dá asas, contou a seus alunos a
seguinte parábola:
Um homem ao sair para o trabalho
encontrou um livro no chão. Pegou, olhou, folheou e guardou o livro que tinha
por título uma só palavra: “Lei”. E pensou: “Cristo não veio revogar a lei, mas
cumpri-la. Que bom que eu já obedeço à lei, ao contrário desse meu colega de
trabalho evangélico que não sabe o que é verdade.” E assim passou a semana como
o legalista que era, exigindo muito, pedindo um pouco e não agradecendo por
nada. Chegando o sábado, foi à igreja achando que sua observância da lei lhe
dava créditos e méritos de salvação.
Outro homem ao sair para a igreja
encontrou um livro igual no chão. E quase disse em voz alta: “Cristo não veio
revogar a lei, mas cumpri-la. Eu procuro obedecer toda a lei, ao contrário dos
meus irmãos da igreja que não sabem que estão condenados”. Chegando à igreja, mediu
o tamanho da saia da irmã e o dízimo do irmão, saiu quando o grupo jovem
cantou, voltou quando o pastor começou a pregar, dormiu de tarde, esperou o sol
se por e foi, contrariado, levar a esposa ao restaurante.
Um terceiro homem encontrou o
mesmo livro. Ele não tinha o costume de bater no peito, e por isso, disse
apenas: “Cristo não veio revogar a lei, mas cumpri-la. Eu procuro obedecer toda
a lei, mas não sou capaz. Como eu preciso da tua graça, Senhor”. E assim passou
a semana sendo amável e honesto. Chegando o sábado, foi à igreja, e mais uma vez entendeu que
legalista bom é aquele que deixa de sê-lo por que reconhece sua condição caída
e obedece toda a lei por amor, e não por orgulho de se salvar ou por medo de se
perder.
Sua oração de todos os dias era:
“Senhor, que eu seja alguém leal à Tua casa sem ser um legalista em Tua causa”.
Tendo ouvido estas coisas, um dos alunos perguntou: “Agora o
senhor vai nos dizer qual destes três agradou a Deus?”
“Não”, respondeu-lhe o professor, “agora se pergunte qual dos
três é você”.
Joêzer Mendonça
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