Douglas Reis, jovem capelão em Joinville, comentou alguns aspectos relevantes sobre a função e o lugar da música e do músico nas igrejas cristãs. Selecionei os trechos finais (e em seguida faço meus comentários).
"O movimento adventista entende que sua missão envolve um convite mundial à verdadeira adoração (Ap 14:7). Sugiro que o descarrilamento da música religiosa adventista esteja ligado a dois fatores: (1) o abandono da verdade bíblica do ministro da música, sacerdotes assalariados que oficializavam o louvor no santuário, e (2) o abandono do ministro de seu papel como construtor da base conceitual para a adoração adequada.
"No contexto atual, o ministério adventista carece de atuar no sentido de inserir e fortalecer a visão correta para os adoradores nos últimos tempos.Disto não se infere que o pastor deva substituir o músico ou controlar arbitrariamente a produção musical; mas deve ele formar a base filosófica, por assim dizer, a fim de que o músico, com o conhecimento técnico, componha, traduza, cante, produza, toque, reja, enfim, apresente música aceitável a Deus.
"Entretanto, o ideal seria o restabelecimento gradativo do ministro da música (sacerdotes-músicos), abrindo-se espaço para aqueles que possuem conhecimento teológico e musical atuarem. Se ministros se posicionarem e ministros-músicos surgirem, haverá uma dupla restauração. Assim, mudanças positivas no que se refere à forma de culto se realizarão em cada nível organizacional".
A partir daqui, tomo a palavra:
Sou músico e por isso sempre seria suspeito para levantar a bandeira do ministro de música remunerado. Entretanto, nas palestras que já fiz em São Luís ou Curitiba, sempre falei da falta que faz um serviço musical conduzido por especialistas. Há pastores que não buscar maior compreensão sobre cultura musical e há músicos que negligenciam o estudo que lhes proporcionaria maior densidade teológica. Não se pode exigir de pastores e músicos uma formação sólida em áreas distintas, mas um aprofundamento intelectual traria maior valorização no âmbito de complementaridade que há entre essas áreas.
Costumo defender cursos de formação para o exercício (leigo ou profissional) do ministério da música nas igrejas. O currículo poderia oferecer aulas de regência, canto, história da música sacra, gestão ministerial e noções de sociologia da música (pelo menos).
Já sugeri (como se eu fosse algum notável a ser ouvido) o fomento de atividades para os diretores de música, instrumentistas e cantores semelhante às reuniões trimestrais que preparam leigos para a melhor atuação à frente de cargos como escola sabatina, ancionato etc).
Mas é bom saber que há jovens teólogos/pastores que apontam a necessidade de reordenamento operacional no ministério da música. Só especialistas sérios poderão auxiliar na minimização de conflitos, na qualificação litúrgica, na conscientização da seriedade da função de cantores e músicos.
Aqui, o texto completo de Douglas Reis.
"O movimento adventista entende que sua missão envolve um convite mundial à verdadeira adoração (Ap 14:7). Sugiro que o descarrilamento da música religiosa adventista esteja ligado a dois fatores: (1) o abandono da verdade bíblica do ministro da música, sacerdotes assalariados que oficializavam o louvor no santuário, e (2) o abandono do ministro de seu papel como construtor da base conceitual para a adoração adequada.
"No contexto atual, o ministério adventista carece de atuar no sentido de inserir e fortalecer a visão correta para os adoradores nos últimos tempos.Disto não se infere que o pastor deva substituir o músico ou controlar arbitrariamente a produção musical; mas deve ele formar a base filosófica, por assim dizer, a fim de que o músico, com o conhecimento técnico, componha, traduza, cante, produza, toque, reja, enfim, apresente música aceitável a Deus.
"Entretanto, o ideal seria o restabelecimento gradativo do ministro da música (sacerdotes-músicos), abrindo-se espaço para aqueles que possuem conhecimento teológico e musical atuarem. Se ministros se posicionarem e ministros-músicos surgirem, haverá uma dupla restauração. Assim, mudanças positivas no que se refere à forma de culto se realizarão em cada nível organizacional".
A partir daqui, tomo a palavra:
Sou músico e por isso sempre seria suspeito para levantar a bandeira do ministro de música remunerado. Entretanto, nas palestras que já fiz em São Luís ou Curitiba, sempre falei da falta que faz um serviço musical conduzido por especialistas. Há pastores que não buscar maior compreensão sobre cultura musical e há músicos que negligenciam o estudo que lhes proporcionaria maior densidade teológica. Não se pode exigir de pastores e músicos uma formação sólida em áreas distintas, mas um aprofundamento intelectual traria maior valorização no âmbito de complementaridade que há entre essas áreas.
Costumo defender cursos de formação para o exercício (leigo ou profissional) do ministério da música nas igrejas. O currículo poderia oferecer aulas de regência, canto, história da música sacra, gestão ministerial e noções de sociologia da música (pelo menos).
Já sugeri (como se eu fosse algum notável a ser ouvido) o fomento de atividades para os diretores de música, instrumentistas e cantores semelhante às reuniões trimestrais que preparam leigos para a melhor atuação à frente de cargos como escola sabatina, ancionato etc).
Mas é bom saber que há jovens teólogos/pastores que apontam a necessidade de reordenamento operacional no ministério da música. Só especialistas sérios poderão auxiliar na minimização de conflitos, na qualificação litúrgica, na conscientização da seriedade da função de cantores e músicos.
Aqui, o texto completo de Douglas Reis.
Comentários
Caro Douglas,
já faz algum tempo, não é?
Cheguei ao seu blog através do post do Joêzer.
Li seu artigo e, a meu ver, enxergo uma evolução no embasamento dos seus argumentos (falo isso sinceramente sem tom de superioridade, mas sim como elogio).
Acredito, no entanto, que algumas coisas no seu artigo ainda estão trocadas, apesar de acreditar que existam várias colocações positivas, como, por exemplo a contextualização da adoração dentro do Grande Conflito que foi bem colocada. Também concordo com a visão de que os músicos da Igreja devam ser assalariados como obreiros. Isso evitaria muito estresse e não seria favor, e sim realmente uma visão bíblica.
Todavia queria fazer alguns comentários a respeito dos argumentos que você usou para chegar a algumas conclusões. Mesmo concordando com o resultado (remuneração) discordo profundamente dos dois pontos que você colocou no penúltimo parágrafo.
O primeiro ponto se fundamenta na noção biblicamente equivocada de que o pastor é o equivalente ao sacerdote do templo. Isso contraria a visão nova-testamentária que afirma claramente que o sacerdócio é de todos os santos. Portanto, nós, pastores, não somos mais ou menos sacerdotes do que todos os nossos irmãos em Cristo. Este erro foi um dos primeiros que a Igreja Católica cometeu levando invariavelmente às consequencias que nós já conhecemos.
O seu segundo ponto foi uma afirmação sem argumentação. Afinal, qual é o papel do pastor se não for sacerdotal? Quem constroi essa base?
Acredito que o Joêzer esteja no caminho certo afirmando que é um tipo diferenciado de pessoa que tenha tanto visão musical técnica e filosófica (envolvendo história, estética, etc.) como uma visão ministerial. Essas pessoas existem, mas precisariam ser colocadas nas devidas funções de forma oficial.
forte abraço
shalom
obrigado por expandir a compreensão teológica e filosófica do assunto.
Enfrento algumas dificuldades na minha igreja. Sou diretor de música e é dificil lidar com certos tradicionalistas que tem razaõ em algumas coisas e são muito intolerasntes em relação a outras coisas mais novas.
outro dia baixei um mp3 de uma palestra que falava ainda sobre a questão da percussão na igreja.
ele usava um texto de II CrOnicas pra dizer que a bateria não serve para nós.
então se é pra cumprir essa regra para os músicos levitas daquele tempo, então temos que pagar os músicos profissionais (não os leigos) também.
O que você acha disso?
as palestras às quais vc se refere devem ser do Davi Spencer, não é?
eu pessoalmente não escutei nada dele e, portanto, não posso avaliar.
independente de quem seja o autor da palestra ficaria muito curioso para entender qual a argumentação dele em cima de II Crônicas quanto a percussão e bateria. se puder reproduzir de forma resumida aqui, ficaria muito grato
forte abraço
shalom
O retiro que fui esse ano também quase não tivemos musicas(P.E), e nas poucas cantandas foi ouvido justamente a G O S P E L P O P D A V E Z "Como Zaquel...".
Além de não termos uma direção musical adequada com ministros da musica treinados e doutrinados, os nossos pastores tem regrado cada vez mais musicas que é parte tão importante tão importante do culto e adoração.
sou estudante de teologia e concordo com sua posição referente a treinamento teologico e musical para os lideres de nosso tempo.
espero ser um destes, que nesta geração leva a igreja a nao apenas olharem para cristo através da adoração, mas demostrar crescimento espiritual equilibrado para que a sociedade veja em nós algo de valor nao somente o discurso...
espero ter contato contigo
abraço wesley ribeiro
creio que vc se refere a I Crônicas 23 e 25 (função dos cantores, instrumentos de Davi)e a palestras de Daniel Spencer ou Gilberto Theiss. seria bom vc esclarecer aqui tb.
o que posso dizer?
acho que tomaram por assertiva inquestionável o que é uma hipótese da dissertação de Vanderlei Dornelles (que virou o livro Cristãos em Busca de Êxtase).
como os instrumentos de percussão não estavam na lista para o templo de Salomão, ele especula que TALVEZ isso fosse uma orientação divina para evitar associações inadequadas.
agora veja: ele diz TALVEZ, mas os palestrantes esquecem disso e afirmam categoricamente que a percussão não serve para a igreja.
daí que vc não está totalmente errado ao dizer que, se fosse para seguir exegeticamente o texto bíblico, hoje deveríamos o quanto antes remunerar músicos que passassem 24 horas no templo.
durante a semana voltarei ao tema em uma postagem. espero que vc volte por aqui.
quem é Vanderlei Dornelles?
vou pesquisar esse assunto do ponto de vista hermenêutico...
forte abraço
shalom
vanderlei dornelles trabalha no unasp, onde defendeu o mestrado em teologia, que originou o livro 'transe místico' mais tarde relançado como 'cristãos em busca de êxtase'.
E achei espetacular a idéia de haver reuniões regulares do departamento de musica pela associação/região. Sou parte da equipe de musica da minha igreja e raramente há reuniões da equipe, outra coisa que eu tenho notado é que raramente(pelo menos nas igrejas médias e pequenas)as pessoas responsáveis pela música se dedicam exclusivamente a esse cargo na igrejam, geralmente acumulam um ou mais cargos na igreja.
Conconrdo ainda que deve se haver maior oportunidades de instrução para que o louvor se torne mais agradável melhor para Deus.
Na APS tem sido realizado um trabalho do tipo, oferecendo a um custo bem baixo, aulas de piano, teclado, regencia entre outras coisas que já ajudam muito embora o numero de vagas seja menor que o necessário.
Que Deus continue te usando!
depois do cd da kelly não me dediquei mais à produção. continuo compondo, mas por enquanto digamos que só para "consumo interno" (coral, grupo e doxologia da iasd central curitiba).
ouvi falar da escola de música apoiada pela aps. espero que surjam outras.
um abraço
Só queria dizer que eu acho que o que define a visão do tradicionalista, perfectionista adventista sobre a adoração é a de que ela tem um papel mediatório entre o adventista e Deus. Ela precisa ser um sacrifício perfeito, sem mancha para que seja aceito.
Isso é falácia, Jesus é o nosso único mediador. Coitado de mim se eu quiser substituí-lo por minhas "navalhadas" musicais. Deus não está buscando os adoradores que ofereçam a música mais perfeita, porque se vc assim, ele se encontraria apenas nas performances das Paixões e Cantatas de Bach no Carnegie Hall.
Deus olha ao coração. Ele quer ver sua igreja unida adorando. Aqueles que continuam a dividir a Igreja entre tradicionalistas e liberais, pastores e músicos, profissionais e leigos, são um impecilho para essa unidade na adoração, infelizmente.
Que os irmãos "fracos", que não toleram nada novo, sejam feitos fortes pela paciência e amor cristãos. É o que esperamos deles por estarem há tanto tempo nesta caminhada.
E que nós que apreciamos Musica Cristã Contemporânea (MCC) não sejamos orgulhosos pensando que somos mais "auto-atualizados" espiritualmente.
Assim como foi no movimento carne santa, a música será novamente usada por Satanás para tentar levar o povo de Deus a experiências que obscurecerão as verdadeiras obras do Espírito Santo. “Essas coisas que aconteceram no passado hão de ocorrer no futuro. Satanás fará da música um laço pela maneira por que é dirigida” (Mensagens Escolhidas, vol. 2, p. 38). Extraido de: George E. Rice, White Estate – September, 1990.
http://www.whiteestate.org/issues/CharismExp.html
“As coisas que descrevestes como ocorrendo em Indiana, o Senhor revelou-me que haviam de ocorrer imediatamente antes da terminação da graça. Demonstrar-se-á tudo quanto é estranho. Haverá gritos com tambores, música e dança. Os sentidos dos seres racionais ficarão tão confundidos que não se pode confiar neles quanto a decisões retas. E isto será chamado operação do Espírito Santo. O Espírito Santo nunca Se revela por tais métodos, em tal balbúrdia de ruído. Isso é uma invenção de Satanás para encobrir seus engenhosos métodos para anular o efeito da pura, sincera, elevadora, enobrecedora e santificante verdade para este tempo” (Mensagens Escolhidas, vol. 2, p. 36).
Continua...
“Não demos lugar a essas estranhas tensões mentais, que afastam na verdade a mente das profundas atuações do Espírito Santo. A obra de Deus sempre se caracteriza pela calma e a dignidade” (Mensagens Escolhidas, vol. 2, p. 42).
“Precisamos ir ao povo com a sólida Palavra de Deus; e quando eles receberem essa Palavra o Espírito Santo poderá vir, mas Ele vem sempre, como declarei antes, por uma maneira que se recomenda ao discernimento das pessoas. Em nosso falar, nosso canto, e em todos os nossos cultos espirituais, devemos revelar a calma e a dignidade e o piedoso temor que atua em todo verdadeiro filho de Deus” (Mensagens Escolhidas, vol. 2, p. 43).
“Nos tratos de Deus com seu povo, tudo é tranqüilo; da parte dos que nEle confiam, tudo é calmo e despretensioso” (Mensagens Escolhidas, vol. 2, p. 97).
“As mais proveitosas reuniões para o bem espiritual, são as que se caracterizam pela solenidade e o profundo exame do coração, cada um procurando conhecer-se a si mesmo e, com sinceridade e profunda humildade, buscando aprender de Cristo” (Testemunhos Para a Igreja, vol. 1, p. 412).
Ellen White escreveu que a música se tornará um laço e ela afirma que tal episódio se desencadeará em nosso meio (ME 2 – 37). Interessante que mesmo descrevendo o problema da carne santa ela não disse que a carne santa se tornaria um laço no futuro, MAS A MÚSICA…..
Continua...
“Encho-me de tristeza quando penso em nossa condição como um povo. O Senhor não nos serrou o céu, mas nosso próprio procedimento de constante apostasia nos separou de Deus. O orgulho, a cobiça e o amor do mundo tem habitado no coração, sem temor de serem banidos ou serem condenados. Pecados graves e presunçosos tem habitado entre nós… A igreja …está constantemente retrocedendo ao Egito”. V, T – 217.
“Haverá uma sacudidura entre o povo de Deus (…) Será o resultado de recusar a verdade presente.” 2 ME 13. A verdade é composta de todos os valores, princípios e cultura bíblica que sobrepõe a qualquer cultura humana criada pelo pecado e pelo principe deste mundo. Portanto a música está inserida neste contexto.
Os tambores eram usados pelo povo até o momento em que Deus os tirou quando interferiu na adoração a partir do santuário de Salomão, e hoje, os israelitas espirituais como os antigos, insistem em trazer esse tipo de instrumento para dentro sem nenhuma dor de consciência. E assim para tentar buscar explicar a ausência dos tambores no santuário tentam mostrar que esse tipo de principio aplicável ao santuário não serve para nós hoje. Interessante que é exatamente isso que satanás pretende, nos levar a crer que nem todos os princípios contidos no santuário se aplicam aos nossos dias, com isso ele cria aberturas para descrer em todos os demais valores da doutrina do santuário para assim num futuro próximo tentar destruir de vez aquilo que é o sustento do movimento Adventista. Tudo tem um começo, meio e fim.
Graças ao bom Deus por este site e esses pastores aqui não representarem nem uma vírgula da posição ofical da IASD.
Gilson Oliveira
gilsonloliveira@bol.com.br
não criei este blog para tomar posições contrárias ao que diz a IASD sobre música. por isso:
1) os textos de ellen white que vc citou continuam relevantes, mas não sei o que eles especificamente têm a ver com o artigo que publiquei aqui;
2) você agradece a Deus porque meu blog e a opinião de pastores que comentaram meu artigo (aliás, meu artigo é apenas um breve comentário sobre o texto do pr. douglas reis) não representam a posição oficial da IASD. Você poderia apontar em que parte do artigo - ou de outros artigos deste blog - há ideias contrárias ao embasamento bíblico-doutrinário da IASD.
3) não entendi as falácias e enganos neste texto em particular ou em outro texto deste blog que você critica. se houver, procurarei imediatamente corrigi-las, já que não é meu propósito levar ninguém ao engano.
4) se você ainda não leu, procure ler os outros artigos que publiquei que falam sobre música sacra (veja as colunas "gospel" e "música e religião"). Você verá que procuro equilibrar minhas opiniões. não há opiniões polêmicas para chamar atenção nem desvirtuamento da compreensão sábia do Espírito de Profecia.
5) Sobre os tambores que você cita (e que não comento nesse artigo - por isso fiquei sem entender esse comentário), qual é a posição da IASD? As gravações de CDs apresentam bateria, mas não há uma posição oficial que inclua a bateria nos cultos. Sou da mesma opinião. Não faço apologia de bateria nos cultos.
6) Os tambores foram excluídos da adoração no templo. Mas a flauta também não está presente. Tiramos a flauta ou instrumentos de sopro que ela poderia represeentar? Lembre: não estou justificando com isso a presença ou não da bateria na igreja. e você não encontrará uma linha nesse blog defendendo a percussão nos cultos. Pensemos sobre o assunto.
7) Agradeço sua participação, seu interesse e zelo pelo assunto e espero que você volte aqui ao blog com novo entendimento sobre o objetivo deste blog. Lamento que você tenha julgado desse modo este blog e as opiniões presentes aqui, opiniões pelas quais nao sou responsável. apenas democraticamente as publico.
no mais, caro irmão,
um abraço e faço votos de entendimento mútuo