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duas avenidas, duas músicas

Há duas avenidas para encurtar a vida de um ídolo pop: decadência musical e degradação física. Amy Winehouse trafegou sem volta pelas duas. São avenidas que se cruzam, uma leva a outra. Para achar um caminho alternativo é preciso tempo e vontade. É preciso sumir do mapa, encarar, yes, yes, yes, uma reabilitação e só voltar quando se estiver bem longe daquelas avenidas letais. Como fizeram os atores Robert Downey Jr e Anthony Hopkins. Como até agora não conseguiu fazer a dublê de atriz e cantora Lindsay Lohan.

Rodolfo Abrantes, ex-Raimundos, saiu daquelas duas avenidas a tempo. Ele fez uma conversão no rumo e escapou para contar a história. Sua nova vida dedicada ao evangelho cristão impressiona. Sua nova música é, principalmente, sua nova vida. Ah, dirão alguns, mas ele faz rock gospel e rock é coisa do... Eu me arrisco a dizer que se todo cantor gospel tivesse sua simplicidade no falar e sua atitude ao testemunhar e cantar, eu recomendaria a adoção desse estilo para todos. Mas tem muita pose no mundo do pop/rock gospel. Muita pose e pouca atitude.

Outra conversão surpreendente e agradável foi a de Valéria Valenssa, a ex-globeleza que saiu da larga avenida do carnaval para entrar em rua estreita. No entanto, se o evangelho de Cristo é um caminho estreito, muita gente se encarrega de alargá-lo até ficar bem parecido com uma enorme e conveniente estrada de promessa onde mana “prosperidade e unção”. Aliás, no final dessa estrada tem um cofre cheio de dólares ungidos. E às vezes um fiscal da receita federal esperando.

O casal Kaká e Carol Celico acordou no meio da estrada e resolveu fazer o retorno. Sem apontar diretamente para a Igreja Renascer, a esposa de Kaká diz: “Hoje eu sei que não preciso de certas coisas para ganhar um milagre”. Ela completa dizendo que as pessoas precisam aprender a ler a Bíblia para não serem enganadas.

As descobertas de Carol Celico não a levaram a desacreditar do cristianismo, mas das interpretações e leituras falsificadoras do texto bíblico. Sem desaparecer à sombra da famosa figura de Kaká, ela agora apresenta uma nova faceta: a de cantora. Embora ela mesma não se defina como tal, mas apenas como alguém com oportunidade de falar do evangelho que preza por meio da música.

Tanto Rodolfo Abrantes quanto Carol Celico se viram diante de avenidas largas e aparentemente boas e prósperas. Mas fizeram o retorno; e ambos descobriram que “há caminho que ao homem parece direito, mas o seu fim dá em os caminhos de morte” (Provérbios 16: 25). Com seu novo modo de ver e entender as coisas, eles falando e vivendo do amor que transforma. E isso deve ser música para os ouvidos de Deus.


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