Meninos, eu vi. E pra mim, os melhores filmes que vi neste ano foram estes:
INCÊNDIOS (2010) – qual o preço de escavar o passado para descobrir
quem você é? Nesse filme, esse trajeto pode ser dolorido, mas assisti-lo é uma
experiência enriquecedora.
AMOR – um dilacerante conto moderno sobre o envelhecimento, sobre a
morte e os limites do amor. Aqui não existe nada de fantasia da melhor idade.
A HORA MAIS ESCURA – o filme sobre a caçada americana a Osama Bin Laden
não é ufanista, não hasteia bandeira. Nem faz apologia da tortura para obter
informações. A tortura é mostrada, mas o que está em questão são os métodos
utilizados para revidar o ataque terrorista. É sobre uma obsessão e suas
consequências na mentalidade americana.
AS AVENTURAS DE PI – um filme francamente espiritual com
imagens maravilhosas e uma consciência de que Deus se importa e age de formas
inesperadas na vida das pessoas.
ANNA KARENINA – nessa adaptação do clássico de Tolstoi, o diretor Joe
Wright (de Orgulho e Preconceito) criou um mundo novo onde cabem religião, romance
e olhar social e põe tudo dentro de um teatro. Enquanto os dramas burgueses no
palco nos mostram que na vida estamos sempre representando um papel em público,
por outro lado, a vida simples e a fidelidade são vividas nos espaços abertos
do campo.
HANNAH ARENDT – às vezes morno, às vezes didático, mas não importa. O
filme levanta questões muito importantes sobre a questão judaica e a ação dos
nazistas e tem uma atuação fascinante de Barbara Sukowa como a filósofa que
acirrou o debate sobre a atitude moral dos sujeitos levados na correnteza da
história.
STAR TREK: ALÉM DA ESCURIDÃO – não é tão bom quanto o primeiro da nova
série, mas tem um Spock mais humano que nunca. E quem foi fã da antiga série
vai amolecer o coração com citações de situações e personagens de outros
tempos.
GRAVIDADE – um blockbuster com cérebro. No espaço, onde não há peso como na terra, uma astronauta experimenta a solidão, a iminência da morte, o sentido da oração, o peso do passado enquanto luta para sobreviver. Um feito técnico extraordinário, considerando que não há batalhas espaciais, nem aliens, nem romance. Só um ser humano e suas contradições entre a vida e a morte.
that's all, folks!
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