"Música bonita gera cristais de gelo bonitos e música feia gera cristais de gelo feios". E que tal essa frase? "Palavras boas e positivas geram cristais de gelo bonitos e simétricos". O autor dessa teoria é o fotógrafo japonês Masaru Emoto (falecido em 2014). Parece difícil alguém com o ensino médio completo acreditar nisso, mas não só existe gente grande acreditando como tem gente usando essas conclusões em palestras sobre música sacra!
O experimento de Masaru Emoto consistiu em tocar várias músicas próximo a recipientes com água. Em seguida, a água foi congelada e, com um microscópio, Emoto analisou as moléculas de água. Os cristais de água que "ouviram" música clássica ficaram bonitos e simétricos, ao passo que os cristais de água que "ouviram" música pop eram feios.
Não bastasse, Emoto também testou a água falando com ela durante um mês. Ele dizia palavras amorosas e positivas para um recipiente e palavras de ódio e negativas para outro recipiente. Segundo ele, aconteceu o mesmo. Resultado? Cristais de água bonitos por causa das palavras positivas e cristais de água caóticos por causa das palavras negativas.
Claro que a comunidade científica não levou a sério essa experiência relatada por Emoto no livro Messages from Water (Mensagens da água), e sua teoria de que palavras e músicas "positivas" tornam o mundo melhor por causa da quantidade de água que há no mundo e no corpo humano foi facilmente refutada (leia aqui).
Esse experimento foi vendido como ciência e muita gente anda caindo nessa falácia. Christian Berdahl tem usado isso em palestras que já circulam em sites religiosos nacionais (aqui). No caso de Berdahl a situação é constrangedora, pois ele usa essa pseudociência para supostamente provar o poder maligno da música gospel contemporânea. Ou seja, em vez de falar de letras gospel que contradizem doutrinas cristãs ou de estilos musicais inadequados para determinados contextos de adoração, ele prefere fazer seu público acreditar que as moléculas de água do nosso corpo reagem negativamente ao ouvirmos música contemporânea (pop ou sacra) e por isso estamos desequilibrados espiritualmente!
Agora que você já conhece um pouco da teoria de Masaru Emoto, eu lhe convido a vir e arrazoar comigo:
1) A linguagem se modifica de lugar para lugar. Então, como a água entendeu o japonês de Masaru Emoto? A água é poliglota?
2) Se o público de Masaru Emoto defendeu o autor dizendo que a água não reagiu ao idioma, e sim à intenção ao se falar palavras de teor positivo ou negativo, isso quer dizer que o H2O reage à inflexão vocal ou ao pensamento dos seres humanos?
3) H2O, em forma líquida ou congelada, não reage a emoções ou palavras humanas. As formações simétricas ou irregulares dos cristais de gelo são resultado da própria matemática "aleatória" que rege esse fenômeno. Impurezas e outras substâncias químicas presentes nos recipientes com água também contribuem para dar forma X ou Y para os cristais de gelo fotografados por Emoto.
4) Emoto admitiu que ele escolheu cristais que se encaixavam sua própria definição de "bonito" e que não usou processos científicos de seleção e análise. Chegou a dizer ainda que "às vezes a fantasia é o melhor meio de esclarecer a realidade" (The secret life of water, p. 126).
5) A cultura musical adquirida de Emoto o levou a decidir o que era música consonante/bela e dissonante/feia. Como se formariam os cristais cujas moléculas de água ouvissem a 5ª Sinfonia de Beethoven (pam-pam-pam-pam) ou as dissonâncias harmônicas da bossa nova: com padrões simétricos ou irregulares? E mais: a música japonesa tradicional (ou a música judaica, ou sul-africana ou andina), que possui seu código musical distinto, entraria em qual categoria estética, já que o fotógrafo japonês utilizou no experimento as músicas da cultura euro-americana?
Agora, vamos ao que disse Christian Berdahl:
O vídeo linkado acima tem mais de uma hora de duração, e o experimento de Masaru Emoto é convocado a partir do minuto 52. Berdahl conta à plateia que Masaru tocava música bonita (clássica) e proferia palavras positivas para a água: "O resultado foi aquilo", diz ele mostrando um slide com cristais de gelo organizados. E continua: "Você sabia que o som pode fazer aquilo?". Em seguida, mostra cristais com forma caótica e diz: "Tons dissonantes e música negativa formam padrões caóticos".
Ele informa que não estudou o assunto, e mesmo assim ele especula: "Quanto de água temos no nosso corpo? Se a música fez isso com um tolo recipiente com água, provavelmente pode fazê-lo com um tolo como eu". Melhor não comentar...
Berdahl mostra a playlist que gerou cristais bonitos: tem "Lago dos Cisnes", de Tchaikovski, "Sinfonia n. 40", de Mozart, e a "Pastoral" de Beethoven. Claro que os cristais feios só podiam ser obra do heavy metal e de uma versão de "Heartbreak Hotel" cantada por Elvis Presley.
Em nenhum momento Berdahl se perguntou como a água "ouviu" a música e como essa "escuta" foi preservada no processo de congelamento.
Sua conclusão é que se "ouvirmos coisas que nos enobrecem, elevam e edificam, somos transformados da mesma forma" - como a água! Como ele explicaria que a assim considerada nobre e edificante Nona Sinfonia de Beethoven, em cujo 4º movimento se canta uma ode à fraternidade entre os homens, que é a mesma música que recebeu a letra para o hino cristão "Jubilosos Te Adoramos", era usada durante os comícios nazistas?
Por que será que as moléculas de água presente nos corpos dos nazistas presentes nesse concerto (vídeo abaixo) não se enterneceram, não foram edificadas, não levaram os generais a tomar decisões nobres e fraternas?
A música, por si só, não tem poder para enobrecer ou perverter pessoas. A música (com letra) pode ajudar a reforçar algumas atitudes e comportamentos, mas não pode induzir ninguém a cometer um crime ou a praticar uma boa ação que já não esteja na vontade ou no sentimento de um indivíduo. Primeiro o sujeito precisa ter a disposição mental de praticar algo, e só então a música pode reforçar sua atitude. E como no caso da Nona Sinfonia de Beethoven, essa atitude pode ser até mesmo completamente contrária ao propósito inicial do compositor.
O experimento de Masaru Emoto consistiu em tocar várias músicas próximo a recipientes com água. Em seguida, a água foi congelada e, com um microscópio, Emoto analisou as moléculas de água. Os cristais de água que "ouviram" música clássica ficaram bonitos e simétricos, ao passo que os cristais de água que "ouviram" música pop eram feios.
Não bastasse, Emoto também testou a água falando com ela durante um mês. Ele dizia palavras amorosas e positivas para um recipiente e palavras de ódio e negativas para outro recipiente. Segundo ele, aconteceu o mesmo. Resultado? Cristais de água bonitos por causa das palavras positivas e cristais de água caóticos por causa das palavras negativas.
Claro que a comunidade científica não levou a sério essa experiência relatada por Emoto no livro Messages from Water (Mensagens da água), e sua teoria de que palavras e músicas "positivas" tornam o mundo melhor por causa da quantidade de água que há no mundo e no corpo humano foi facilmente refutada (leia aqui).
Esse experimento foi vendido como ciência e muita gente anda caindo nessa falácia. Christian Berdahl tem usado isso em palestras que já circulam em sites religiosos nacionais (aqui). No caso de Berdahl a situação é constrangedora, pois ele usa essa pseudociência para supostamente provar o poder maligno da música gospel contemporânea. Ou seja, em vez de falar de letras gospel que contradizem doutrinas cristãs ou de estilos musicais inadequados para determinados contextos de adoração, ele prefere fazer seu público acreditar que as moléculas de água do nosso corpo reagem negativamente ao ouvirmos música contemporânea (pop ou sacra) e por isso estamos desequilibrados espiritualmente!
Agora que você já conhece um pouco da teoria de Masaru Emoto, eu lhe convido a vir e arrazoar comigo:
1) A linguagem se modifica de lugar para lugar. Então, como a água entendeu o japonês de Masaru Emoto? A água é poliglota?
2) Se o público de Masaru Emoto defendeu o autor dizendo que a água não reagiu ao idioma, e sim à intenção ao se falar palavras de teor positivo ou negativo, isso quer dizer que o H2O reage à inflexão vocal ou ao pensamento dos seres humanos?
3) H2O, em forma líquida ou congelada, não reage a emoções ou palavras humanas. As formações simétricas ou irregulares dos cristais de gelo são resultado da própria matemática "aleatória" que rege esse fenômeno. Impurezas e outras substâncias químicas presentes nos recipientes com água também contribuem para dar forma X ou Y para os cristais de gelo fotografados por Emoto.
4) Emoto admitiu que ele escolheu cristais que se encaixavam sua própria definição de "bonito" e que não usou processos científicos de seleção e análise. Chegou a dizer ainda que "às vezes a fantasia é o melhor meio de esclarecer a realidade" (The secret life of water, p. 126).
5) A cultura musical adquirida de Emoto o levou a decidir o que era música consonante/bela e dissonante/feia. Como se formariam os cristais cujas moléculas de água ouvissem a 5ª Sinfonia de Beethoven (pam-pam-pam-pam) ou as dissonâncias harmônicas da bossa nova: com padrões simétricos ou irregulares? E mais: a música japonesa tradicional (ou a música judaica, ou sul-africana ou andina), que possui seu código musical distinto, entraria em qual categoria estética, já que o fotógrafo japonês utilizou no experimento as músicas da cultura euro-americana?
Agora, vamos ao que disse Christian Berdahl:
O vídeo linkado acima tem mais de uma hora de duração, e o experimento de Masaru Emoto é convocado a partir do minuto 52. Berdahl conta à plateia que Masaru tocava música bonita (clássica) e proferia palavras positivas para a água: "O resultado foi aquilo", diz ele mostrando um slide com cristais de gelo organizados. E continua: "Você sabia que o som pode fazer aquilo?". Em seguida, mostra cristais com forma caótica e diz: "Tons dissonantes e música negativa formam padrões caóticos".
Ele informa que não estudou o assunto, e mesmo assim ele especula: "Quanto de água temos no nosso corpo? Se a música fez isso com um tolo recipiente com água, provavelmente pode fazê-lo com um tolo como eu". Melhor não comentar...
Berdahl mostra a playlist que gerou cristais bonitos: tem "Lago dos Cisnes", de Tchaikovski, "Sinfonia n. 40", de Mozart, e a "Pastoral" de Beethoven. Claro que os cristais feios só podiam ser obra do heavy metal e de uma versão de "Heartbreak Hotel" cantada por Elvis Presley.
Em nenhum momento Berdahl se perguntou como a água "ouviu" a música e como essa "escuta" foi preservada no processo de congelamento.
Sua conclusão é que se "ouvirmos coisas que nos enobrecem, elevam e edificam, somos transformados da mesma forma" - como a água! Como ele explicaria que a assim considerada nobre e edificante Nona Sinfonia de Beethoven, em cujo 4º movimento se canta uma ode à fraternidade entre os homens, que é a mesma música que recebeu a letra para o hino cristão "Jubilosos Te Adoramos", era usada durante os comícios nazistas?
Por que será que as moléculas de água presente nos corpos dos nazistas presentes nesse concerto (vídeo abaixo) não se enterneceram, não foram edificadas, não levaram os generais a tomar decisões nobres e fraternas?
A música, por si só, não tem poder para enobrecer ou perverter pessoas. A música (com letra) pode ajudar a reforçar algumas atitudes e comportamentos, mas não pode induzir ninguém a cometer um crime ou a praticar uma boa ação que já não esteja na vontade ou no sentimento de um indivíduo. Primeiro o sujeito precisa ter a disposição mental de praticar algo, e só então a música pode reforçar sua atitude. E como no caso da Nona Sinfonia de Beethoven, essa atitude pode ser até mesmo completamente contrária ao propósito inicial do compositor.
Comentários
O mesmo exelentissimo Dr, Emoto(?) fez a mesma experiencia com arroz: http://thirdmonk.net/mind-spirit/philosophy/masaru-emoto-rice-emotions-experiment-video.html
(?) EMOTO - Ele escolheu esse nome de proposito né? Pra se afirmar conhecedor das emoçoes?
Abraço.
Leandro Xiscatti
Quando ele diz que a fantasia demonstra melhor, ele quer dizer exatamente isso... Ele não fez algo sério... foi algo totalmente despojado mas que mostra uma verdade... como a musica/palavras ou frequências na sua mais pura essência, consegue unificar e desunificar as moléculas sendo assim, estabilizando um sistema fractal aleatório ou destabilizando um sistema. O que ele fez está levemente relacionado a "Ciência noética" e só faltou um pouco de tempo para aperfeiçoar a teoria. No prêmio Nobel da Paz de 1987, Carl Rogers afirmou que “o principal fator é a aceitação, pois assim que me aceito como sou, eu mudo”.
Ou seja voltando para a frase da fantasia... ele quis dizer algo como "Eu não quero provar NADA mas estou dizendo que isso pode ser chave para algo maior..."
Aconselho ao autor deste texto ler mais sobre ... Ciência noética, musica estocástica , fractais, Musica trance , 440HZ VS 432HZ , Escala de frequências tanto visual como auditiva.
obrigado pela leitura.abs.
Jesus disse: o que contamina o homem é o que sai da sua boca e não o que entra, nisso podemos acreditar que o que Emoto fez foi apenas confirmar as palavras do mestre de forma concreta.
Eu fiz a experiência do arroz com crianças , e se não é considerado ciência, não sei, só vi com os meus olhos que funcionou e mudou o modo de pensar e o comportamento de muitas crianças, Jesus sempre usou coisas concretas para aumentar a fé das pessoas, portanto porque duvidar daquilo que não é considerado ciência, os fariseus também não davam credito aos sinais de Jesus e nem muitos cientistas hoje.
Peço ao autor do blog, que faça você mesmo o teste, depois tire suas conclusões.
O que nos vale ressaltar diante dos estudos e preocupações acerca da influência da música ou das palavras sobre a molécula de água é de fato o poder criador do pensamento pode agir sobre a matéria. Não é o idioma e sim as vibrações emanadas pelo ser que age. Ora, temos a matéria formada por moléculas, que por sua vez são formadas por átomos e estes que são formados por partículas de "energia" (prótons, elétrons...). Essss fluidos são sensíveis ao pensamento podendo ser moldados. Daí que surge a questão do mau olhado. Podemos fazer coisas boas e ruins. "Sois Deuses".
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Einstein não foi bem compreendido em suas teorias. Passou anos tendo apenas apoio de um ou outro cientista. Ele disse: tudo é energia.
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A matéria que nos cerca não é "sólida" - é informação.
Sendo assim, hipoteticamente, eu poderia reprogramar com novas informações seja lá o que for!
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Ora, aqui no caso, são fatos. Música x modifica de tal maneira a água. Etc..
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Só por ser um fato - deveria ser visto no mínimo com respeito.
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As melhores soluções e teorias são simples.
Ora, água se move se eu fizer alguma vibração perto dela com a voz? Claro, as ondas vibratórias a fizeram se mover, mas não o significado do que eu digo (amor, ódio, indiferença) ou da música que eu tocar, porque águas e plantas não entendem o código musical como nós seres humanos entendemos, nós distinguimos tipos de música e somos afetados pelo significado das palavras, mas a água, o fogo ou um cacto, não. Por favor né.
A natureza toda capta todas as frequências, são sensíveis e tem reações também...
Você libera frequência e pode alterar a energia de um lugar... Isso não é religião nem misticismo, é simplesmente física, e mecânica quântica.
Tudo é frequência e energia, isso é um fato.
Esse teste é feito com plantas, comida cozida, cristais de gelo etc... Tudo que existe está submetido as frequências;
Somos feito de matéria, carbono e frequência... O que nos mantém vivos, é a frequência da alma, se impedir isso, sobra só matéria, sem frequência, e seu corpo volta ao carbono;
Deus criou tudo dessa forma e toda frequência está nEle e veio por meio dEle.
Solange Pessa.
https://Wa.me/12267705795
Tem gente que acredita na bondade e inocência do Lulê...
Seria bom repensar na maneira de escrever.