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o século 20 começou com uma música em 1913

É verdade que em 1913 já havia carros, aviões, elevador, estrelas da música popular, cinema, adolescente rebelde e cheque devolvido.  Mas nada disso tinha a dimensão que viria a ter depois de 1913, quando os pacíficos aviões serviriam a 1ª Guerra Mundial (1914-1918) e a música popular ganharia cada vez mais importância no cotidiano. Em 31 de março de 1913, um concerto noturno com músicas de Arnold Schoenberg, Anton Webern e Alban Berg, o trio revolucionário de Viena, não chegou ao final. As estridências harmônicas das obras foram demais para o público que passou da discussão verbal à luta física, sendo necessária a intervenção policial. Mas houve quem admitisse que o som das brigas foi o mais harmonioso naquela noite. No dia 15 de maio, estreava Jeux , partitura de Debussy coreografada por Nijínski. Talvez por causa da música sutil, fluente e encantória, não houve desacato durante o balé que apresentava um triângulo amoroso e sensual, o que já seria escândalo suficiente. ...

a ateia sem recalques e o filósofo atento

Perguntada se um milagre divino teria lhe dado a reação rápida para salvar sua filha de 19 meses da destruição causada pelo tornado em Oklahoma, Rebecca Vitsmun diz ao constrangido repórter que é ateia, e completa simpaticamente: “Não culpo ninguém por agradecer ao Senhor”. Está aí uma ateia sem recalques e que respeita aqueles que creem na intervenção de Deus. Mas o filósofo Michel de Montaine, em 1592, percebia que havia alguns ateus nada simpáticos que manifestavam o costume tão humano de manejar o que lê em favor de suas ideias preconcebidas. “Estamos sempre dispostos a atribuir aos escritos dos outros sentidos que favoreçam as nossas opiniões sedimentadas: um ateu se orgulha de fazer com que todos os autores reforcem a causa do ateísmo. Ele envenena com sua própria peçonha o mais inocente pensamento” ( The complete essays , Londres, edição de 1991, p. 500).

Not Today: filme da conscientização espiritual e social

Quando os créditos finais de um filme listam o “coordenador de oração” antes das equipes de figurino e maquiagem, você sabe que se trata de uma produção religiosa. Not Today [Hoje não] estreou nos Estados Unidos em 12 de abril e custou 1, 6 milhão de dólares bancados pela Friends Church , igreja de Yorba Linda, Califórnia. A ideia para o filme veio durante uma viagem à Índia, onde, em 2002, a igreja construía escolas para os “Dalit”, classe de indianos considerada a mais baixa no sistema de castas, que não tem direito à educação nem tem acesso aos tribunais. O pastor do Ministério de Artes da igreja, Brent Martz, conta que a situação de pobreza extrema do povo Dalit tem levado famílias a venderem suas filhas para a prostituição. Isso motivou a igreja a fazer um filme que servisse de alerta contra a rede internacional de tráfico de menores e contra um sistema de separação social semelhante ao antigo apartheid na África do Sul. “A mídia é a linguagem da nossa cultu...

a história da música só no gogó

Assista; depois a gente conversa. O som dessa turma é muito bom. Tudo bem que deram pouco tempo para as músicas anteriores ao século 20. Dos 4 minutos do vídeo, apenas 30 segundos para nove séculos de música. Eu sei que se cada pessoa gravasse uma história da música, cada gravação teria uma seleção musical diferente, com o tempo concedido aos estilos musicais obedecendo a preferência de cada um. Se você é professor de música, você já viu muitas formas de usar esse vídeo do Pentatonix em sala de aula: 1) Tentar identificar que músicas são cantadas no vídeo 2) Falar de qualidade vocal 3) Abordar os estilos musicais ao longo da história 4) Discutir a pouca amostragem de música anterior ao século 20 5) Questionar a ideia de "evolução" da música 6) Motivar a criação de uma história da música individual 7) Incentivar grupos de alunos a gravarem um trabalho semelhante ao do Pentatonix (a capella, instrumental, etc)

100 palavras: em busca da igreja perdida

mente, caráter e musicalidade - parte 2

Esse texto visa responder algumas questões que circulam em igrejas evangélicas, como o efeito da música sobre o ser humano e a definição de música sacra. Os temas tratados aqui estão comentados de forma resumida. Se persistirem os sintomas de interesse, procure os especialistas disponíveis nos melhores livros. *    *    *    *    * Encerrei a 1ª parte deste texto (leia aqui ) com a questão: “Se não há moralidade inerente à música (música sem letra), qualquer estilo pode ser considerado sacro?” Então, “é a letra que torna uma canção sagrada, e não sua melodia”, como diz o pastor Rick Warren? [1] No entanto, não é a letra que de fato sacraliza qualquer melodia, como alega Warren. Se fosse assim, a canção popular “Foi Deus Quem Fez Você”, cantada por Amelinha, seria música sacra. Essa canção mostra Deus como Criador, e ainda que faça menções ao sagrado, seu uso não é de ordem religiosa ou litúrgica. O Réquiem de Mozart é considerado...

de onde vêm as boas ideias?

As ideias geniais são representadas por uma lâmpada, mas não surgem num passe de mágica.