Imagine o seguinte roteiro:
Terceira cirurgia no joelho, mais de um ano em trabalho de recuperação, especialistas falando em todas as mídias que um certo atleta está acabado para o esporte. Esse é só o mote. Vamos para as emocionantes cenas finais.
Esse atleta amado por uns e criticado por alguns, longe do melhor da forma espetacular de outros tempos, esse quase ex-jogador entra em campo no meio de um clássico. Pra criar mais suspense, seu time está perdendo para o maior rival.
Pois é só entrar em campo e ele já desfere um chute de longa distância: a bola caprichosamente beija o travessão e vai para fora. Foco na torcida, que se acende e pula entusiasmada. Corta para o locutor surpreso, mas garantindo um proverbial “eu já sabia”.
A partida está acabando. Close no suor do esforço do craque, flashback do treinamento duro para conseguir voltar a jogar. Então, no último minuto do jogo, a bola é lançada para dentro da pequena área. Câmera lenta, close no rosto crispado desse atleta. Corta para o zagueiro adversário que sobe para cabecear a bola e não acha nada. O tempo se arrasta como nos bons melodramas do ramo. O atleta sobe e cabeceia.
Silêncio. Não se ouve grito de torcida, de locutor, até a trilha sonora para. A bola entra, é gol. Corta para a corrida do atleta em direção à torcida enlouquecida, seus companheiros correm para comemorar com ele. Close no sorriso do tipo “ele-é-o-cara” do técnico. Jogo empatado. Quem ganha é o craque de volta a sua profissão de vencedor. The end. Sobem os créditos com música triunfal.
Você sabe que estou a falar de Ronaldo e sua volta aos gramados de futebol. Se o que contei fosse um roteiro de um filme, alguém diria: “Que final forçado! Isso não acontece na vida real!” Mas quem viu as tantas vezes em que Michael Jordan resolveu partidas e deu títulos ao time do Chicago Bulls com o cronômetro quase zerado, sabe do que estou falando.
Ronaldo e seus erros fora de campo o revelam como um fenômeno demasiadamente humano. Mas, talvez pelo seu jeitão discreto diante das câmeras, talvez pela sua fala pausada meio infantil, talvez por ter acostumado um país a apreciar suas proezas desde meninote, Ronaldo é mimado pelos brasileiros, sempre prontos a perdoá-lo e torcer por ele, como que a espera de novos feitos.
A vida da gente, entre a ascenção e a queda e uma nova subida, daria um filme. O melhor é que, não importa o roteiro mais surpreendente que se escreva, o roteiro da vida real continua insuperável.
Terceira cirurgia no joelho, mais de um ano em trabalho de recuperação, especialistas falando em todas as mídias que um certo atleta está acabado para o esporte. Esse é só o mote. Vamos para as emocionantes cenas finais.
Esse atleta amado por uns e criticado por alguns, longe do melhor da forma espetacular de outros tempos, esse quase ex-jogador entra em campo no meio de um clássico. Pra criar mais suspense, seu time está perdendo para o maior rival.
Pois é só entrar em campo e ele já desfere um chute de longa distância: a bola caprichosamente beija o travessão e vai para fora. Foco na torcida, que se acende e pula entusiasmada. Corta para o locutor surpreso, mas garantindo um proverbial “eu já sabia”.
A partida está acabando. Close no suor do esforço do craque, flashback do treinamento duro para conseguir voltar a jogar. Então, no último minuto do jogo, a bola é lançada para dentro da pequena área. Câmera lenta, close no rosto crispado desse atleta. Corta para o zagueiro adversário que sobe para cabecear a bola e não acha nada. O tempo se arrasta como nos bons melodramas do ramo. O atleta sobe e cabeceia.
Silêncio. Não se ouve grito de torcida, de locutor, até a trilha sonora para. A bola entra, é gol. Corta para a corrida do atleta em direção à torcida enlouquecida, seus companheiros correm para comemorar com ele. Close no sorriso do tipo “ele-é-o-cara” do técnico. Jogo empatado. Quem ganha é o craque de volta a sua profissão de vencedor. The end. Sobem os créditos com música triunfal.
Você sabe que estou a falar de Ronaldo e sua volta aos gramados de futebol. Se o que contei fosse um roteiro de um filme, alguém diria: “Que final forçado! Isso não acontece na vida real!” Mas quem viu as tantas vezes em que Michael Jordan resolveu partidas e deu títulos ao time do Chicago Bulls com o cronômetro quase zerado, sabe do que estou falando.
Ronaldo e seus erros fora de campo o revelam como um fenômeno demasiadamente humano. Mas, talvez pelo seu jeitão discreto diante das câmeras, talvez pela sua fala pausada meio infantil, talvez por ter acostumado um país a apreciar suas proezas desde meninote, Ronaldo é mimado pelos brasileiros, sempre prontos a perdoá-lo e torcer por ele, como que a espera de novos feitos.
A vida da gente, entre a ascenção e a queda e uma nova subida, daria um filme. O melhor é que, não importa o roteiro mais surpreendente que se escreva, o roteiro da vida real continua insuperável.
Para outras incríveis histórias que o esporte conta, leia "a esperança é uma bola na área".
Comentários
é emocionante ver o que está acontecendo
e chega de emoção ;)
shalom
É muita emoção, escrevi sobre ele no blog, ele tem uma força de vontade muito grande e isso admiro muito.
Concordo com você, fora de campo não é lá dos melhores...mas quem é perfeito? Eu só sei que ta sendo emocionante! E o meu Timão ou sei lá timinho, só tem a ganhar.
Um abraço,
Lídia