Grupo vocal adventista faz flashmob da música "Somebody to Love", clássico da banda Queen, no refeitório do Centro Universitário Adventista (UNASP-EC).
Para muita gente, a música cantada profanou o território santo do instituto e é um sinal da grave interação do jovem cristão com a demoníaca cultura popular. Outros já predisseram a disseminação de flashmobs juvenis pelo adventismo afora.
Para outros, tratou-se simplesmente de uma agradável performance de uma bonita música, com uma bonita letra, muito bem executada no espaço do refeitório dos alunos.
Ah, mas a música é do Queen, uma banda de rock, e o rock está no índex dos estilos desqualificados para a escuta musical do cristão. Para piorar, Freddie Mercury era homossexual, e provavelmente, agora os alunos vão se interessar por bandas de rock e pela orientação sexual de Freddie Mercury.
1) Não sou roqueiro, nem fã de rock. Gosto de música boa, sem vulgaridade, bem-feita, e que não contradiga meus valores. A partir daí, eu ouço a música. Se eu fosse deixar de ouvir música por causa do pecado do compositor ou do cantor, eu não poderia mais entoar nem os hinos e canções cristãs, a começar pelas minhas próprias composições (que podem ser desqualificadas pela sua mediocridade inerente e não só por causa dos erros cometidos por mim).
2) Assista o vídeo e confira se algum princípio foi quebrado, se algum valor indigno foi transmitido. Observe que tudo foi feito com bastante parcimônia e moderação.
3) A canção apresentada não é frívola, nem se refere a Deus de maneira
banal. Ao contrário, é um pedido a Deus para que se encontre alguém para
amar. A música não estaria usando o nome de Deus em vão, mais do que eu e você usamos quando falamos "meu Deus" em reação a qualquer coisa. Alguém poderia até se queixar se a letra e o estilo musical motivassem a blasfêmia ou a zombaria contra a santidade atribuída a Deus. Mas não é o caso nem da música original nem da performance no restaurante do colégio.
4) Stevie Wonder fez uma canção ("Isn't she lovely") agradecendo a Deus pela perfeição de sua filha recém-nascida. Bono Vox ("Still haven't Found What I'm Looking For") canta que só encontrará o que tem procurado quando o Reino chegar. Freddie Mercury pede a ajuda de Deus para encontrar um amor de verdade. Eles não podem usar o nome de Deus? Talvez pelo uso cotidiano ou por entenderem que possuem maior afinidade (quando não exclusividade) com o conteúdo das coisas sagradas, alguns cristãos inadvertidamente pensam deter o monopólio na utilização do nome santo de Jeová.
5) Tchaikovski era homossexual. Se a orquestra do Unasp tocasse "O Lago
dos Cisnes" estaria havendo essa repercussão?
6) Há alguns anos, Leonardo Gonçalves cantou "Isn't she
lovely" e foi outro alvoroço porque ele participara de um show do Ed Motta e ficou brincando
com melismas. Naquela época, o violinista Paulo Torres tocou no Domingão do Faustão com
Andrea Boccelli algumas árias populares. Só elogios. Então, tá combinado: Se dois pianistas ou flautistas brincarem de virtuosismo instrumental, é talento puro. Se dois cantores brincam de virtusiosismo vocal, é exibicionismo gratuito.
7) A canção apresentada no flashmob no Unasp-EC é "Somebody to Love". Ela tem ritmo ternário, o que não favorece movimentos corporais típicos do rock. Sua melodia está mais próxima de árias de ópera do que do pop comum. Quem quiser associar o rock só com sexo irresponsável e drogas, que o faça. Mas não reclame de quem só associa padres a pedófilos ou evangélicos a pregadores de má-fé.
8) Não sou melhor do que os críticos zelosos nem do que os roqueiros que levam publicamente um estilo de vida que depreciamos. Só acho meio farisaico essa tendência de apregoar anátemas contra a música popular porque não se quer sustentar os cantores de "má fama" e depois ir sustentar o lucro dos empresários dos shoppings e restaurantes. Aliás, todos eles muito queridos, sãos e sadios, não é mesmo?
9) É tão inadequada a postura de total descarte e censura da cultura pop quanto o é uma postura de celebração acrítica dos seus produtos.
10) "Há pessoas [...] para quem a religião é um tirano [...] Consideram toda recreação ou diversão um pecado, e pensam que a mente deve estar constantemente trabalhando no mesmo grau de severa tensão. Isso é extremismo" (Minha Consagração Hoje, p. 19).
Comentários
Faltou um chupa fariseus no final :)
Abs
Faltou só dizer que por ser por pulsação ternária a música faria até referência à trindade, se fosse barroca, hehe...
Muito bom!
Recomendo a leitura do artigo todo, pois a argumentação foi com a visão bíblica e denominacional, e não descriminatória: http://questaodeconfianca.blogspot.com.br/2013/12/apresentacao-de-conhecida-cancao-de.html?m=1
A estranheza nesse caso se dá pela incoerência: o manual da igreja adventista permanece orientando o não uso de ritmos populares em nosso meio (quer no culto ou em eventos que levem o nome da denominação) e as orientações cristalinas dos testemunhos advertem sobre os riscos de uso de música secular – especialmente, de canções frívolas, as quais afastariam a presença de seres celestiais de nossa presença; veja a seguinte citação: “A introdução de música em seus lares, em vez de incitá-los à santidade e espiritualidade, tem sido um meio de desviar-lhes a mente da verdade. Canções frívolas e peças de música popular do dia parecem compatíveis com seus gostos. […] A música, quando não abusiva, é uma grande bênção; mas quando usada erroneamente, é uma terrível maldição.” (Testimonies, vol. 1, p. 496 e 497). Note que o exemplo não acontece em um culto, o que indica que algumas canções precisam ser evitadas em quaisquer ambientes e situações.
Alguns poderiam advogar que a letra da canção executada não possuísse nada de não recomendável. Entretanto, temos de analisar que, no caso em questão, a música escolhida menciona Deus (“Lord”) algumas vezes, de forma bem banalizada. O grupo que a gravou ainda era conhecido por sua irreverência e por possuir um vocalista homossexual; tais fatores, embora talvez não sejam os principais, serviriam como peso contrário à escolha daquela música em específico.
assino em baixo.
e é muito deselegante essa idéia do chupa fariseos.
o texto é muito tendencioso. cuidado juventude...
Excelente texto, vou divulgar!
A igreja Adventista do Sétimo Dia, não pode perder a sua característica peculiar, que é a boa música. Boa, e sem influências das músicas mundanas.
Infelizmente para as pessoas da velha guarda, como eu (20 anos), muitos dos nossos consagrados cantores, cantoras e maestros parecem estar querendo introduzir princípios mundanos a música da igreja. Logicamente, não existe nada neutro. Se não é de Deus, é de Satanás.
Quero dizer, que porque não acho que a música mundana deve se mesclar com a da igreja, não sou fariseu, ou cabeça fechada, como as pessoas citam acima.
Sinceramente, se a música é do Queen ou do Heavy Metal, não importa, pois o ambiente é de música celestial, para que seja Aroma Agradável ao Senhor.
Reflitam...
Só acho que o foco do texto não deveria ser esse, e sim a difusão da música mundana na igreja, ou difusão da música mundana em dependências cuja a igreja é responsável.
Primeiro ponto ... um trecho da letra da referida canção de Rock diz assim ... "Senhor, o que estás fazendo comigo? Eu GASTEI TODOS OS MEUS ANOS acreditando em ti MAS eu simplesmente não consigo encontrar alívio, Senhor." Na minha opinião pessoal, a palavra MAS é suficiente para inferir que Deus não pode trazer alívio, por mais que gaste toda minha vida acreditando nEle.
Segundo ponto ... deixo com alguém mais preparada para isso do que eu ... "Ao nos aproximarmos do fim, a falsidade estará tão misturada com a verdade, que somente os que têm a orientação do Espírito Santo serão capazes de fazer distinção entre a verdade e o erro. Precisamos efetuar todo esforço para guardar o caminho do Senhor. Em caso algum devemos afastar- nos de Sua orientação para depositar a nossa confiança no homem." "Maranata! Meditação Matinal, p. 190).
Com tantas boas canções adventistas, ou mesmo com a possibilidade de escolher uma boa canção secular (já que o ambiente não era religioso), porque optar por uma canção dúbia, característica de adeptos do rock? A única razão parece perseguir a mídia, que talvez não desse tanta cobertura a uma canção religiosa. Mas e quanto ao testemunho de que somos separados por Deus? Após o impacto do vídeo (pela internet) como lidaremos com jovens adventistas em suas congregações locais, quando quiserem agir da mesma forma, contrária a nossos princípios? O exemplo da instituição parece desautorizar eventuais censuras que líderes eclesiásticos possam fazer.
Independente de onde ocorreu o fato, isso apenas deve servir de alerta para que tenhamos mais critério na hora de pensar em cada aspecto de nosso estilo de vida. Creio que não devamos criticar, mas orar por aqueles que promoveram e participaram da ação, na esperança de que o povo de Deus se una sem eu propósito de viver exclusivamente para o Senhor. "A capacidade de discernir entre o que é reto e o que não o é, podemos possuí-la unicamente pela confiança individual em Deus. Cada um deve aprender por si, com auxílio dEle, mediante a Sua Palavra. A nossa capacidade de raciocinar foi-nos dada para que a usássemos, e Deus quer que seja exercitada." (Educação, p. 231).
Primeiramente, tenho que responder críticas anônimas aqui nos comentários de um aluno do Unasp q diz que o inimigo está lá, que o mundanismo já está instalado e é negado/ignorado pelos líderes. Quanto às críticas nesse sentido, tenho o seguinte para dizer:
1. Essa pessoa veio de que planeta antes de chegar no Unasp? Porque pecar fora da igreja todo mundo peca, inclusive líderes e pessoas de maior visibilidade, como é no caso da música. E em qualquer lugar;
2.Existe sim disciplina na Igreja do Unasp. Só que a igreja só pode disciplinar seus membros registrados, e quase ninguém transfere seu registro de membro ao ir estudar lá. Isso presumindo que os alunos são os agentes do inimigo lá.
Além disso, encaro com tranquilidade o fato de na música o eu lírico questionar a Deus por não ter lhe enviado o tal amor que ele pediu. Na Bíblia encontramos várias situações, inclusive em Salmos, que são músicas, onde pessoas questionam a Deus por não lhes dar a resposta que pediram. E pela Bíblia também parece que Deus lida bem com o questionamento.
Não entendo que o autor do texto quis humilhar o autor do famoso artigo de crítica ao flashmob, apenas não achou muitos dos argumentos válidos. POr acaso discordar o torna uma pessoa menos consagrada e espiritualizada?
Não acho nada demais na música, sinceramente. Além disso a execução foi linda, uma celebração ao amor. Bem executada, sem exageros nem vulgaridade. Dito isto, termino por aqui.
Sobre a música: foi muito bem apresentada. Se é certo ou não, deixo para os especialistas da área como vc e para os teólogos de plantão, avaliarem.
abraços
Vamos orar, orar para que Deus tenha misericórdia de nós e nos salve, por que o capeta quer isso mesmo, criar discórdia e polêmica dentro da igreja, para que a gente perca tempo falando sobre isso.
Na Igreja universal vi a música da Ivete Sangalo (Poeira - anjo querubim) com letra cristã... é ouvir a música e pensar na letra original (poeira)...
Pegamos o profano e fazemos algo santo???...
Sempre vi os pastores adv julgando tal atitude... é simplesmente confuso... Mas td essa doutrina é convenção humana, não está pautada na bíblia... assim como td a liturgia da igreja adv... além de viverem de baixo da lei...
1 - "Quer comais, quer bebais, que façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a honra e glória de Deus" I Cor. 10:31 É preciso definir primeiro o que é secular. O tema em discussão fala sobre uma definição de secular que diz que o que não é religioso ou estritamente espiritual é secular.
Mas há um problema com isso por que, segundo essa definição, "comer" e "beber" são coisas seculares, e creio que "façais qualquer outra coisa" também inclui fazer coisas seculares. Ou seja, TUDO o que fazemos ser pra honra de Deus significa que TUDO na nossa vida é espiritual, seja algo religioso ou "secular".
Isso nos leva à questão, ahh mas e o mundanismo?
Aí que entra o conceito nº 2 - Mundanismo vem de mundo e na Bíblia temos várias implicações e aplicações para a palavra mundo. Por exemplo "Não ameis o mundo, nem as coisas do mundo” é o que diz I Jo.2:15, mas o mesmo autor escreve em Jo 3:16 que Jesus também disse que "Deus amou o mundo de tal maneira...".
Como diz o Pr. Isaac Malheiros em seu oportuno texto "Os Cristãos e a Música do Mundo" no site Adoração Adventista, o mundo é criado por Deus e repleto de elementos orgânicos e inorgânicos. Deus ama o mundo apesar do pecado, o mundo como um todo - humanos e natureza (que também será restaurada com a sua volta). A parte do mundo que não devemos amar é a parte que tem como causa o pecado: relativismo moral, incredulidade, blasfêmia, falta de fé, etc etc.
Isso também é lindamente explanado e explicado com embasamento bíblico e do espírito de profecia pelo escritor George Knight em seu livro "Mitos da Educação Adventista", publicado aqui pelo Unaspress no capítulo que se chama "O Mito do Sacro e do Secular".
Acontece que nós defendemos muitas vezes que "Aqui não entra música do mundo" mas o que seria exatamente "música do mundo"? O que seria música "secular"?
Por que o critério com a música é diferente do critério com as outras coisas, se o princípio é "quer façais qualquer outra coisa, fazei TUDO pra honra e glória de Deus". (continua...)
1 - A música em si, por si só e sem conotações culturais é moralmente neutra. A música é definida por harmonia, melodia e ritmo, e a letra nem entra nessa equação. Nesse quesito, não há nada que prove profeticamente que "estilo A" é certo e "estilo B" é errado.
Todos os conselhos de Ellen White relativos a ritmo e melodias em que ela fala de desafinações, barulheira, dentre outros, são aplicáveis a QUALQUER estilo musical. Além do mais, o que o estilo influencia na maneira pela qual a pessoa será atingida por uma música está mais ligado ao histórico da pessoa com o estilo musical e não com o estilo puro e simples. Mas isso é outro tema, outra discussão.
A letra se torna importante obviamente quando falamos de música na vida cristã, e a letra da canção em questão (sim, eu sei de qual episódio você está falando) como você disse, não possui nada que não seja recomendável. Segundo você a repetição da palavra Lord de forma banalizada desmerece a letra, algo com o qual não concordarei por um simples motivo: Fazemos a mesma coisa na música "sacra", e fazemos pior, pois banalizamos não só um dos nomes do Senhor, como também banalizamos o significado deste.
2 - "Ahh, mas a banda que compôs a música..." era composta por pessoas, que sendo convertidas ou não ao cristianismo, tem/tinham direito à salvação tanto quanto qualquer de nós temos, assim como têm também disponível a elas um dos conceitos teológicos básicos que é o da "graça comum", principio expresso em toda a bíblia, mas mais claramente em Mateus 5:45, que diz que Deus manda a "chuva sobre justos e injustos".
A análise do texto bíblico e das nossas experiências mostram que não são apenas os fenômenos físicos que nos mantém vivos que estão incluídos no conceito de "graça comum", mas também princípios básicos de moral colocados em nós pelo Criador que acabam sendo refletidos na cultura que a sociedade produz, e essa música em questão é uma dessas que transmite um belíssimo princípio que não pode ter vindo de nada mais, a não ser do que restou da imagem de Deus em nós.
Julgar se um compositor fez algo tão belo, o fez inspirado por Deus ou pelo diabo, além de ser simplista e formulaico, é um pecado real, assim como é extremamente perigosa a tendência que temos de tornar pecaminoso, ou mesmo "Perigoso" o ato de tocar tal música num ambiente que, apesar de pertencer a uma instituição religiosa, é um ambiente secular em primeira instância.
Afinal, é sabido que os executores desse flash mob citado, dedicam seus talentos a Deus e isso é o que temos vindo deles, qualquer coisa que tentarmos concluir fora disso será classificado como julgamento, na definição de Jesus em Mateus 5.
Não creio que você esteja julgando. Senti no seu texto um profundo zelo pelo que é certo, mas essa separação colocada nesses termos aos quais fomos condicionados pela cultura rígida herdada dos adventistas alemães (a quem agradeço muito por terem trazido a mensagem adventista para nós no Brasil) é perigosa e pode acabar fazendo com que, inconscientemente nos afastemos do propósito de ir pelo mundo e pregar a mensagem que realmente importa.
Concluindo que eles são pessoas que dedicam seu talento a Deus executando uma música secular - não profana - num ambiente também dedicado a Deus, o meu questionamento que fica é uma paráfrase do mesmo que Deus deixou para Pedro em Atos 10... Como podemos chamar de "impróprio" o que fizeram as pessoas a quem Deus transformou? Façamos como Pedro, aprendamos a lição, e façamos como o pessoal da instituição citada, que seguindo o conselho bíblico, analisaram tudo o que há na música no mundo e retiveram o que era bom.
Sorry eu escrevo muito mesmo kkk
http://pt.wikipedia.org/wiki/Freddie_Mercury
E o meu questionamento é, com tantos cantores e compositores excelentes que nossa Igreja tem, era mesmo nescessario pegar uma musica de um cantor Homossexual( Nada contra de quem é ) Soro Positivo pra cantar em um de nossos colégios? Lamentável de certa forma se tornou um escânda-lo para a Igreja. Minha Opinião!
Depois de ouvir Lillie McCloud, você achar que uma deusa se fez carne e cantou entre nós."
Depois que eu li isso no post anterior (http://notanapauta.blogspot.ch/2013/12/essa-e-voz.html), é impossível dar crédito a qualquer argumento por mais certo que esteja. Uma prova completa de insensatez para com as coisas religiosas.
Jesus disse aos seus discípulos: "É inevitável que aconteçam coisas que levem o povo a tropeçar, mas ai da pessoa por meio de quem elas acontecem. Seria melhor que ela fosse lançada no mar com uma pedra de moinho amarrada no pescoço, do que levar um desses pequeninos a pecar. (Luc 17:1-2)
Desculpem os que gostam de Rock mas a mensagem é direta, cuidado para também não serem enganados tais como muitos lá fora. Estamos em guerra e não devemos baixar a guarda.
Abraços irmãos.
quando vamos papear novamente?
shabbat shalom
edson
obrigado. Preciso voltar lá para aprender aos pés de Gamaliel Bergman. Abraço