No famoso Conto de Natal de Charles Dickens, um ricaço aprende a sublime lição de partilhar na época do Natal. Assim, é o espírito de Natal que entra no coração endurecido do endinheirado e o faz passar de um Tio Patinhas mão-de-vaca a um generoso doador de felicidade.
O Natal tem dessas coisas: após um ano sendo um executivo mal-criado e grosso, o sujeito é subitamente tocado por uma liberalidade que o leva a fazer doações a granel e dar presentes a rodo. O Natal é o Yom Kippur (o dia do perdão) dos megaempresários de consciência pesada.
O que é o Natal, pergunta a repórter do telejornal? É um momento para reconciliação com a família, com os amigos, responde uma transeunte carregada de sacolas. É a hora em que desejamos paz e felicidade para todos, responde outra passante no shopping. Com mil renas voadoras, agora é o chester que será responsável pelo congraçamento do núcleo familiar. Coma o tender e love me tender.
Torramos nossos décimos-terceiros sem dó, ceamos a fauna e a flora disponíveis (mais fauna do que flora, não minta, menino).
Mas percebo como nós, humanos cheios de desumanidade em geral, só doamos, partilhamos e compartilhamos quando há uma grande campanha beneficente, tipo o Criança Esperança, ou quando uma efeméride, como a Páscoa e o Natal, enche nossos corações de pedra com sentimentalismo e piedade.
Segue um poemeu de última hora, feito, talvez sem o perceber, com as digitais dos sentimentos do Natal impregnando-se nas palavras escolhidas:
Se a hora é essa e não todas as outras do ano,
então que os valores de uma boa mesa,
mesmo que cara,
não sejam mais preciosos do que os valores de uma boa amizade,
mesmo que rara.
Tenho dificuldades em relacionar dezembros a estrelas-guia
Me parece uma data inventada
Mas se a hora é essa e não a de todos os meses
Então que a benção seja maior que a dos magos
Ainda que os cartões demorem a ser pagos
Não entendo o que tem a ver um velhote barbudo,
neve, Coca-Cola, pinheiros e presépio
mas sei que não há chaminé nem lareira
que aqueçam famílias se estão quebradas,
amizades se estão divorciadas,
conversas se estão ausentes,
se Cristo não está no coração das gentes.
Se a hora é essa e não a de todas as horas
Então que se renovem os votos de boa vontade
entre os homens
(e principalmente, entre homens e mulheres)
Se o dia é esse e não o de todos os dias
Que se reencontrem os abraços partidos
O que é o Natal, pergunta a repórter do telejornal? É um momento para reconciliação com a família, com os amigos, responde uma transeunte carregada de sacolas. É a hora em que desejamos paz e felicidade para todos, responde outra passante no shopping. Com mil renas voadoras, agora é o chester que será responsável pelo congraçamento do núcleo familiar. Coma o tender e love me tender.
Torramos nossos décimos-terceiros sem dó, ceamos a fauna e a flora disponíveis (mais fauna do que flora, não minta, menino).
Mas percebo como nós, humanos cheios de desumanidade em geral, só doamos, partilhamos e compartilhamos quando há uma grande campanha beneficente, tipo o Criança Esperança, ou quando uma efeméride, como a Páscoa e o Natal, enche nossos corações de pedra com sentimentalismo e piedade.
Segue um poemeu de última hora, feito, talvez sem o perceber, com as digitais dos sentimentos do Natal impregnando-se nas palavras escolhidas:
Se a hora é essa e não todas as outras do ano,
então que os valores de uma boa mesa,
mesmo que cara,
não sejam mais preciosos do que os valores de uma boa amizade,
mesmo que rara.
Tenho dificuldades em relacionar dezembros a estrelas-guia
Me parece uma data inventada
Mas se a hora é essa e não a de todos os meses
Então que a benção seja maior que a dos magos
Ainda que os cartões demorem a ser pagos
Não entendo o que tem a ver um velhote barbudo,
neve, Coca-Cola, pinheiros e presépio
mas sei que não há chaminé nem lareira
que aqueçam famílias se estão quebradas,
amizades se estão divorciadas,
conversas se estão ausentes,
se Cristo não está no coração das gentes.
Se a hora é essa e não a de todas as horas
Então que se renovem os votos de boa vontade
entre os homens
(e principalmente, entre homens e mulheres)
Se o dia é esse e não o de todos os dias
Que se reencontrem os abraços partidos
Que se rebeijem os amores queridos
Feliz você nesse natal!
Comentários
vc podia continuar mais versos, tava bom de ler! feliz natal cheio do melhor que vc desejou ao mundo!
abraço natalino!
e continue nos presenteando com as ideias desse e de todos os dias.
o melhor é o ""tender e love me tender.. hehehe
feliz natal ou, feliz desencargo de consciência hehe
mr. tonasso, vou levar adiante minha trova natalícia.
abraços!