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Mostrando postagens de fevereiro, 2012

pausa semibreve

Devido à preparação de artigo, viagem para o Encontro Iberoamericano de Musicologia em Lisboa e, quando voltar da terrinha, ainda ter que escrevinhar o arranjo para uma música de coral, este blog só voltará à programação normal a partir de terça-feira da semana que vem. Peço desculpas aos bravos 8 e 1/2 leitores deste web-escriba. Inté, ô pá!

festas, cantar e folgar

Na Idade Média, a tradição de jejuar durante 40 dias e 40 noites entre a Quaresma e a Semana Santa obrigava os mosteiros a esvaziar parte de suas despensas. A carne, que estragaria durante esse período de abstinência, era comida pela população, sendo que a terça-feira era o ápice da comilança. Daí a terça-feira "gorda".  Hoje, com a quantidade de católicos não-praticantes aumentando, há pouco jejum de carne e muita gula dos "prazeres da carne". Como você sabe, o Carnaval deriva da expressão latina "carne vale", que em bom português pode ser traduzido como "vale tudo, inclusive carne"! Claro que uma festa como essa iria encontrar nos trópicos solo fértil para crescer e se multiplicar, com o todo o duplo sentido, por favor. Em 1549, o Pe. Manuel da Nóbrega enviou uma carta à Portugal para o Pe. Simão Rodrigues contando de uma procissão de Corpus Christi pelas ruas de Salvador que incluiu todas as "danças e invenções alegoria

adoração neopentecostal e adventismo: cantos e desencantos

Uma das faces mais reconhecíveis do movimento neopentecostal é sua ênfase no louvor coletivo. A especialista Magali Cunha, no livro Explosão Gospel (Ed. Mauad), afirma que a prática do louvor, por sua larga duração e ênfase litúrgica, está substituindo a pregação e estudo da Palavra como ponto central na teologia pentecostal. Desse modo, o sucesso dos ministérios de Adoração & Louvor, estrangeiros ou nacionais, tem contribuído para a exigência de modificação da tradicional liturgia protestante. Na pesquisa sobre a música produzida pelos adventistas do sétimo dia no Brasil, tenho observado o interesse de líderes de louvor em desenvolver um modelo baseado na adoração neopentecostal. Claro, sem as manifestações extravagantes (como andar em quatro patas ou rodopiar) e sem o êxtase glossolálico (o falar em "línguas estranhas"). Assim, extraídos os elementos mais controversos, seria possível obter uma música capaz de entusiasmar as congregações adventistas. O que, ta

o hit passageiro e a balada eterna

Tirem as crianças da sala, fujam para as montanhas. As músicas mais tocadas no finado ano de 2011 são o retrato sem photoshop da geração balada. São canções produzidas para a cultura da festa full night, para celebrar o encontro do álcool com a falta de moderação, para a coreografia excessivamente sexualizada, para a cantada machista, para a pole dance das cantoras de ventilador no palco espalhando o cabelão.    Os videoclipes já são autoexplicativos, mas aí estão as letras para provar que no quesito "letra ruim" o pop americano ainda é insuperável. Como ninguém grogue dá atenção à rima rica e à métrica, os poetas da dance-and-drink music economizam tempo, metáfora e gentileza de uma vez só. #1 - Far East Movement ( Like a G6 ): A mulherada adora o meu estilo, ficam loucas na mesa  Abra logo essas garrafas, a gente vai servir e beber  Agora me passa mais duas garrafas, porque você sabe que a gente não para Isso aí / Beba tudo, beba, beba t

a moda é ler

Tirinha de Adão Iturrusgarai : ***** O Nota na Pauta adverte : ler Dostoievski (e/ou Tolstoi, GK Chesterton, John Steinbeck, Jorge Luis Borges, Umberto Eco, Zygmunt Bauman) causa uma irreversível melhora nos hábitos de leitura. Indicado para portadores de um cérebro.