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Mostrando postagens de junho, 2013

o cinema e o povo nas ruas: sete filmes

Temos acompanhado lances históricos aparentemente inéditos no Brasil. É a primeira vez que a população em massa sai às ruas para exigir mudanças estruturais na forma de governar o país. A Inconfidência foi uma ação da elite intelectual e econômica; a Independência foi uma ação da corte contra si mesma; a República, uma ação militar. A massa popular em ação simultânea no país inteiro, só agora. Muitos cineastas se envolveram com questões sociais e disseram "luz, câmera, revolução". Aqui estão sete filmes que traduziram o espírito da revolução popular no meio da rua: A Batalha de Argel , 1966, de Gillo Pontecorvo. Quem luta : os líderes da resistência da Argélia. Motivo : obter independência da França. Resultado : filmado com tamanha eficácia e realismo que o filme foi banido da França e proibido pela ditadura brasileira por vários anos e por razões óbvias. O Encouraçado Potemkin , 1925, de Serguei Eisenstein. Quem luta : os marinheiros russos. M

o curioso caso do protestante que não protestava

Dois homens um dia tomaram a mais louca das lúcidas decisões: contrariar as autoridades em assuntos em que elas estão erradas. Ambos sabiam dos riscos de enfrentar governantes, polícia, oposição e tentativas de assassinato. Mas eles pareciam dispostos a não recuar um centímetro do front onde tinham firmado sua consciência. Acontece que esses dois homens eram religiosos e tinham sido ensinados a respeitar a autoridade civil ou religiosa. Mas não podiam calar-se diante quando as autoridades não eram fiéis a princípios civis ou religiosos. Homens de palavra e da Palavra, eles saíram a falar nas ruas e nas igrejas, para jovens e velhos, para homens e mulheres. Denunciaram os pecados da instituição e da sociedade. Não viveram o suficiente para ver a consolidação de suas teses e a realização de seus sonhos. Um, branco, era chamado de Martinho Lutero. O outro, negro, era Martin Luther. O que é a mesma coisa e que na linguagem de hoje quer dizer “homens que protestam”. O p

se o amor tiver um tom...

neymar: uma história mal-cortada de amor e ódio

No princípio, o brasileiro tratava o Neymar como neto. Como os avós de antigamente (os avós de hoje só querem saber de caminhada e cruzeiro pelo litoral), tudo o que menino fazia era um mimo. Neymar dava um chapéu abusado no Chicão, é coisa de guri! Neymar apanhava em campo, não mexam com meu garoto! O moleque humilhava zagueiros, caçoava do Rogério Ceni, enfim, era o capeta em forma de guri bom de bola. Logo o brasileiro passou a exigir Neymar na seleção. Olha aí, Dunga, ele pula, ele roda, ele faz requebradinha! Já dava pra escutar um Galvão aos berros: “Neymar neles! Seguuuura que eu quero ver!” Mas o Dunga segurou. Só que a adolescência do Neymar mal começava e foi quando todo mundo resolveu ser coordenador pedagógico do menino. “Estão criando um monstro”, advertiu o técnico Renê Simões. Desse jeito, quando ele driblar de novo, vão dizer que ele não tem modos. Os tios e avós postiços de Neymar adoram passar um receituário de corretivos: “Deixem ele sem PlaySta