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Mostrando postagens de julho, 2010

Por que Deus não prova que existe operando milagres hoje?

Richard Dawkins disse certa vez que se encontrasse Deus diria a ele: "Desculpe por não ter acreditado antes. Não havia evidência suficiente". Muitos que não acreditam em Deus exigem provas factuais e evidências palpáveis de Sua existência. Alguns perguntam: se Deus realmente existe, por que ele não faz milagres espetaculares hoje como fazia antigamente? Mas eu perguntaria de volta: após ver um milagre espetacular ou após Deus revelar-se no céu, as pessoas iriam reconhecer Sua glória, aceitar Seu amor e buscar compreender Seu plano de salvação? Parece que só o fato de Deus revelar-Se não muda muito as coisas. Lembremos do povo de Israel no deserto, que mal tinham passado por um mar miraculosamente aberto, começou a agir como se Deus não existisse. No vídeo, está uma pergunta e o argumento de resposta de William Lane Craig:

brasileiro é tão bonzinho...

Nos tempos da TV à lenha havia um programa humorístico em que uma personagem gringa suspirava e repetia um bordão aos abobalhados admiradores: “Brasileiro é tão bonzinho...” O piloto Fernando Alonso e o pessoal da Ferrari devem ter pensado algo assim na hora em que Felipe Massa “deixou-se” ultrapassar pelo companheiro de equipe. Aliás, a Ferrari já se valeu do vergonhoso expediente de “pedir” que um piloto que esteja à frente na pista mas atrás nos pontos permita que o colega de equipe o ultrapasse. Foi assim com Michael Schumacher e Rubens Barrichello, lembra? Brasileiro é tão bonzinho... Jean Charles foi confundido com um terrorista e foi morto a tiros pela polícia londrina numa estação de metrô. Investigações iniciadas, indenizações concedidas, e mais nada. Fosse um súdito da coroa inglesa, fosse um cidadão norte-americano, fosse um turista do G-7 e o negócio não tinha ficado na base do incidente diplomático. Mas apesar do nome francês, Jean Charles era brasileiro, e brasileiro

o evangelho no photoshop

Há mais gente querendo ser entretida do que ser edificada dentro das igrejas. Um programinha light, pedem. Uma musiquinha gostosa, gente bonita passando, conversa agradável. Parece praça de alimentação de shopping, mas é nisso que alguns estão transformando o cristianismo. Como aquele sujeito comum que aparece na TV e ganha uma transformação visual completa, o cristianismo está passando por um total makeover. Antes, um Jesus amigo. Depois, um Jesus-é-o-cara. Antes, a cruz me salvou. Depois, sou 100% Jesus. Antes, “Eu Te Amo, meu Mestre”. Depois, “Sou Apaixonado por Jesus”. É essa perspectiva moderna de alteração da imagem de Jesus que é abordada no livro “Sexy Jesus – Exchanging a beautiful Saviour for an attractive God” (Jesus sexy – trocando um belo Salvador por um Deus atraente). A resenha editorial do livro diz: “Sexy Quem?! (...) Deixe-me falar diretamente sobre o mundo cristão do século 21 em que vivemos A verdade é que sem perceber, muitas pessoas fizeram Jesus Cristo um pouco

o gospel genérico

Vamos fazer um exercício de honestidade intelectual e espiritual? Selecione 100 das mais populares músicas, “gospel” ou “não-gospel”, cantadas nas igrejas das mais diversas denominações protestantes. As mais populares pérolas da nossa Corinhologia. Fez a Lista? Muito bem! Agora observe quantas delas um muçulmano não teria problema em cantá-las. Achou várias, não é? Agora veja quantas um judeu se sentiria à vontade entoando. São muitas, não é verdade? Continue com os espíritas kardecistas. Se o eixo das musicas é uma ode à Divindade (Deus, Pai, Senhor, Javé) e a recepção de bênçãos para quem canta, há muito de teísmo, de unitarismo, e os seguidores daquelas religiões não-cristãs não veriam problemas em seu canto, na realidade pan-religioso, mas que transmite muita “energia”, “luz”, “paz”. Continue com a lista na mão, e procure aqueles em que há a palavra Jesus. Agora pense em nossos “parentes distantes” religiosos, das seitas para-cristãs: Mórmons, Testemunhas de Jeová, os da Ciência Cr

ide e pregai x ficai e debatei

Como contar a velha e feliz história de um Salvador para um mundo radicalmente diferente do contexto original da história? Vivemos numa sociedade de valorização das identidades culturais e de defesa dos direitos individuais. Surgem comunidades ou subgrupos que se formam por questões de gostos, interesses ou outras afinidades eletivas. Em nossos círculos estudantis e profissionais convivemos com pessoas de crenças diversas ou de descrença quase total. Alguns deles, nunca tiveram acesso ao conhecimento da Bíblia. Só conhecem a religião pela forma deturpada de evangélicos ajuntando fortunas ilegais, de católicos esfolando o joelho em romarias, de espíritas de novela da TV. Como atingir pessoas bem-educadas e que argumentam contra a necessidade da religião em nosso tempo? Como alcançar indivíduos que vivem na mais abjeta miséria econômica? Como chegar até uma gente que passa os dias pressionada pelas cargas profissionais, sitiada pelas grades dos condomínios, assaltada pelas ofertas de f

volta ao mundo da Copa em 11 notas

Foi uma Copa estranha. Craques consagrados refugaram (Cristiano Ronaldo, Messi, Rooney) e novos craques prevaleceram. A Alemanha jogou como artista, o Uruguai jogou como guerreiro e o Brasil como brahmeiro. A Itália foi embora sem ganhar e a Nova Zelândia foi embora sem perder. Foi uma Copa estranha e eis uma seleção de 11 motivos: 1 – Concerto para Vuvuzela : a tolerância para o ruído é diretamente proporcional à sofisticação do gosto musical. Se a Copa fosse na Dinamarca, a vuvuzela seria declarada como um bem cultural ou como uma máquina de fazer surdo? Quando ouço que o som da vuvuzela é “politicamente correto”, eu saco meus tampões de ouvido. 2 – A vingança é um empate que se come frio : 44 anos depois de ganhar da Alemanha com um gol ilegítimo que só o juiz viu, a Inglaterra perde para a Alemanha com um legítimo gol que só o juiz não viu. A justiça ludopédica falha, mas não tarda. 3 – O locutor que não quer calar : a ira tupiniquim contra o locutor mais famoso do Brasil criou uma

o peregrino na terra no futebol

No sábado, dia 03/6, participei de uma mesa-redonda no programa jovem da IASD Central de Curitiba. O tema: “O futebol e o cristão” . O que falei durante o debate, o que poderia ter falado e outras considerações minhas, resumo a seguir: Por que o futebol movimenta as massas Nos anos 1930, o programa nacionalista de Getúlio Vargas legitimava oficialmente práticas populares como vértices da identidade brasileira, como o samba e o futebol. A facilidade de praticar e a identificação nacionalista somaram-se à maciça cobertura das mídias. Tem mais: a rivalidade clubística dos primeiros anos do futebol vinha das origens sociais de cada clube, instalados em bairros social e economicamente distintos. A prática do futebol exige pré-requisitos mínimos: o tamanho do campo depende do número de jogadores (onde houver 2 ou 22 reunidos ali rolará uma partida), um par de chinelos é suficiente para se fazer uma trave e basta uma esfera não satisfatoriamente esférica, mas plenamente chutável. Como er

Leonardo Gonçalves e a Sony Gospel Music

A Sony Music, plugada nas novas configurações do mercado fonográfico, abriu uma linha de produção de música gospel. A Sony quer pregar o evangelho do reino a todo o mundo? Claro que não. A Sony quer mais gente comprando os CDs que produz. Isso tem pouco de ética protestante, mas bastante do espírito do capitalismo. Em entrevista à revista Rolling Stone Brasil (ed. 42), Alexandre Schiavo, presidente da Sony, disse: “Em 12 meses, estaremos entre as 3 maiores gravadoras do segmento [gospel] e espero que alcancemos a liderança em pouco mais de 2 anos”. É uma frase que poderia ser dita como aposta na produção de qualquer produto, de sapato a sabonete. Mas só a Sony tem a ganhar com essa empreitada? A caixa registradora da Sony está interessada no potencial de lucro que determinado cantor tem dentro de um nicho de mercado. Por isso, além de contratar um experiente produtor do ramo gospel, Maurício Soares, investiu na diversidade musical gospel – Aline Barros, Marcelo Aguiar (sertanejo)