Há uma classe de pessoas que ainda padecem de um mal que em pleno século 21 deveria estar tão extinto quanto os dinossauros e as fitas cassete: são os espécimes que se espantam com mulher falando em público por seus direitos. Eles sofrem do complexo de Nazareno, aquele personagem da TV que, ao menor sinal de reclamação da mulher, dizia: “Calada!” Queremos votar . Calada! Quero respeito , cantava Aretha Franklin. Calada! Salários iguais em cargos profissionais iguais . Calada! A persistência da violência contra a mulher . Calada! As reclamações de que o tema da redação do ENEM era obra do progressismo, feminazismo, doutrinação liberal e conspiração petista para tornar os machos reféns das empoderadas mulheres são de uma imbecilidade atroz. Acreditar que não se deve discutir em público a violência milenar contra as mulheres de um modo geral revela uma faceta de ignorância que também merece ser tema de redação nos próximos vestibulares: “A persistência da intolerância e...
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