Os portugueses, ao aportarem nas praias tupiniquins, não demoraram a perceber que, para otimizar a relação colônia-metrópole e maximizar os dividendos obtidos na terra em que se plantando, explorando e matando, tudo dá, resolveram conceder infindáveis hectares a donatários particulares. Com os certificados de posse e de direitos e deveres em mãos, os donatários passavam a gerenciar latifúndios de tamanho variável, ora do tamanho do Ceará ora do tamanho da Bahia. Como de hábito, os coronéis donatários distribuíam terras a quem quisesse cultivá-las, desde que, como de hábito, os que assim desejassem e, como de hábito, também os que assim não desejassem, contribuíssem para a frutificação ilícita da árvore genealógica do donatário. Era premente, para o desenvolvimento negociado da pátria-mãe gentil, a construção de engenhos, os quais, para melhor informação dos trabalhadores a respeito das boas obras do donatário, deviam possuir uma torre altaneira com antena retransmissora das mentiras da...
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