Primeiro, a revolução era dourada e se cantava que as flores venceriam o canhão. Depois, os tempos eram rebeldes e a viola passou a abrigar o fuzil. Logo vieram os meninos barulhentos e as mocinhas que amavam um mártir barbado. E então chegaram os canalhas adultos, essa espécie de gente que, por não ter mais condições de dar maus exemplos, se põe a distribuir bons conselhos. Esses adultos 'corruptores de ídolos' aplicaram o infalível método de destruir o sonho dos mais novos: “Raspem o cabelo deles! Tosem essas barbas incompletas!”, ordenavam, como aquela rainha degoladora de Alice no País das Maravilhas . Eram tempos em que a cabeleira crescia e não tinha partido, pois tanto Caetano quanto Roberto Carlos balouçavam suas melenas e caracóis nos festivais e bailes da vida. Porém, nem sempre o pêlo que descia da costeleta encontrava os tufos do cavanhaque que, por sua vez, nunca alcançavam a terra prometida do bigode e, assim, as costeletas ficavam ali, indecisas numa encruzilhada...
Música, mídia, cultura.