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Mostrando postagens de março, 2012

o analfabeto de um bilhão de dólares

O Brasil está indignado de novo! Tudo porque Thor, filho de Odin, digo, de Eike Batista, abriu seu coração e fez uma revelação à Veja Rio que escandalizou o país. Prepare-se, são palavras fortes, ditas sem nenhum pudor pelo varão herdeiro de uma fortuna cujos números também são impublicáveis. Thor confessou em alta voz, sem enrubescer: “Nunca li um livro inteiro” . Isso foi demais para o leitor brasileiro. Logo o brasileiro, leitor educado e culto, responsável pelos 7,5 milhões de livros vendidos do Padre Marcelo. E vem um garoto dizer uma asneira dessa justo na pátria de Paulo Coelho! Mas ninguém perguntou por que ele não conseguiu terminar um livro sequer. Analfabeto ele não é; nem deve ser culpa do supletivo que ele fez para completar o ensino médio. Por isso, eu tenho certeza que foi culpa dos livros. Tem muito livro ruim metido a besta na praça. O que inspira mais uma história para a seção das "Fábulas Menores de Moral Mínima" - episódio de hoje: O analfabeto

a indústria musical morreu e foi pro céu

Mal os tubarões da indústria fonográfica se recuperam da “década do download”, que fez do CD um antiquado produto do jurássico século XX, chegou a vez do arquivamento musical na internet. Agora a audioteca fica na “nuvem”, num iCloud. Os usuários não só estão deixando de comprar CDs nas lojas dos shoppings, mas também estão preferindo acessar o YouTube ou a Last.fm e ver o clipe ou ouvir a canção na hora que quiserem. A indústria da música está cega no tiroteio de um beco sem saída. O desespero das empresas não abala todos os músicos. Ao contrário, muitos cantores e bandas estão percebendo que sua música serviu por muito tempo para o enriquecimento de megaempresários, para o bônus de executivos. É verdade que sem a equipe profissional de uma indústria que o mima com programação de turnês, jatinhos e farta publicidade, aumenta a insegurança do músico do ídolo. Por outro lado, bandas que dificilmente teriam um lugar ao sol, veem seu trabalho ser amplificado pela reper

Deus como músico

Deus ama a música. O livro de Jó fala de anjos cantando como trilha sonora da Criação (Jó 38) e em homenagem ao nascimento de Jesus (Lucas 2). Entretanto, ninguém gravou esta música e ninguém foi transportado ao céu e de lá voltou com o Livro de Partituras Celestes para Vozes Humanas. Embora cá na Terra haja quem diga saber qual é a música do Céu! Temos uma tendência a achar que as músicas religiosas de antigamente eram superiores às atuais músicas da igreja. Mas isso não passa de uma de nossas autoilusões favoritas, aquela que nos faz dizer “ah, no meu tempo era diferente”. Não há razão alguma para pensar que o louvor dos tempos do Antigo Israel era superior ao de nosso tempo. Os corações sinceros de hoje não são menos sinceros que os de antigamente. O louvor não é menos aceito por Deus hoje que antes. A música praticada nos cultos do Antigo Israel era bela e elevava os corações ao Senhor? Sim e não. O povo não se tornava melhor por causa da música. O efeito musical dura

o Deus que pediu misericórdia

Primeiro desce-lhes a borracha e arranca-lhes o teto e o sonho Depois assopra e beija os filhos dos retirantes E os bebês sem-teto crescem odiando tudo e todos. (João Cruzué. Li no Confeitaria Cristã ) A expulsão brutal dos moradores do Pinheirinho, SP, completa mais de 40 dias e 40 noites e não me lembro de ter lido uma linha sequer sobre o assunto nos blogs e sites cristãos mais famosos e lidos. A horda de desabrigados vítima da truculência policial não foi socorrida por um mutirão emergencial de cristãos. Tenho a impressão de que o cristão só sabe fazer mutirão em duas situações: após desastres naturais e no Natal. A expulsão à bala dos moradores do Pinheirinho também foi um desastre, uma tragédia social.  Mas a nossa mente cristã-evangélica-romana entende que os desabamentos de terra e as enchentes são a vingança da Natureza, são sinais dos tempos, enquanto a humilhação do sem-teto é culpa do próprio sem-teto. Aliás, diria o crente tentando apaziguar