A colunista da revista Época Eliane Brum publicou uma história em que uma ateia entra no táxi de um evangélico. O leitor percebe que a passageira é muito bem-informada, em contraste com o taxista que é devidamente um "ignorante fundamentalista". Enquanto a passageira reflete sobre o caráter mercantil do neopentecostalismo, algo que é bastante estudado nos círculos acadêmicos, e com o que muito protestante concorda, o taxista apresenta uma fala bem simplória.
Não se trata de uma história surreal. Mesmo os chavões proselitistas do taxista são costumeiramente ouvidos por aí. Os diálogos poderiam acontecer numa rua perto de você. Mas nesse texto, vejo que Eliane Brum dá a entender que ser ateu num Brasil evangélico é uma dureza.
Ser ateu no Brasil é mesmo difícil? Só se para o ateu é difícil conviver com pessoas com visões de mundo diferentes. Talvez seja mais difícil para um cristão moderado conviver com este Brasil de um evangelicalismo cada vez mais estridente. Mas ser um ateu é praticamente uma moleza. É o que diz Gravataí Merengue. Para ele, a história de Eliane Brum é de um queixume que representa um ateísmo que não saiu da adolescência. E olha que o Gravataí Merengue também é ateu.
Nessa toada de mal-explicar Deus numa corrida de táxi, aproveito também para sugerir alguns enredos para histórias ateias edificantes que denunciam a selvageria da militância religiosa e o cambalacho evangélico. Por exemplo, Richard Dawkins entra num ônibus lotado com um grupo de crentes cantando "1, 2, 3, Jesus é nosso rei". Ou: o ateísta Christopher Hitchens está num navio naufragando e disputa o único colete salva-vidas que resta com Edir Macedo.
Acho que o texto de Eliane Brum já deve ter recebido comentários nada cristãos de confessos evangélicos. Mas experimente a jornalista descrever a nada mole vida de um jornalista tucano inteligente num país de taxistas petistas e verá o que é bom pra fundamentalismo.
Leia as histórias, confira os argumentos e chegue às suas conclusões:
A dura vida dos ateus no Brasil evangélico, de Eliane Brum
A vida fácil dos ateus, por Gravataí Merengue
A dura vida de uma cristã "fundamentalista", por Michelson Borges
Comentários
Se Deus não existisse, as igrejas seriam o maior laboratório de comprovação da inexistência dEle, pois elas anunciam Sua existência. As pessoas que para lá se dirigem com o objetivo de encontrar Deus, se concluíssem que isto não fosse verdade, sairiam das igrejas afirmando que Deus não existe ao serem frustradas no desejo de conhecê-Lo.
GENTE!!!! que argumentação mais estupida é essa?!?!?! Eu já li muita baboseira escrita por gente religiosa, mas essa ai, tá entre o Top 5, fácil, fácil. Vou apenas citar a India, pra mostrar o quanto essa baboseira da CACP é ridicula, lá na India milhoes de pessoas entram em Templos pra rezar, fazer oferendas sabe pra quem? Pra Brahma, pra Shiva, Mitra etc.. etc... lá eles tb encontram conforto e sentem a "presença" Deles (Shiva, etc... ) Ou seja, Então os deuses Hindus tb existem, não é? na Grécia antiga, as pessoas tb faziam rezas e oferendas a Afrodite, Poseidon. Então eles tb existem ou existiram, não é? Se as pessoas acham q Deus está dentro da Igrejinha delas, isso é problema delas, cada esquizofrenico no seu galho, agora, quando as pessoas se acham no direito de se meter na minha vida, me encher o saco ou simplesmente usar sua religião pra foder a nossa sociedade, isso é problema MEU!
para a grande mídia, convenhamos, tem interessado muito mais os escândalos financeiros e o mercantilismo gospel do que outras facetas de transformação social ativadas por várias igrejas.
Quanto ao barulho, é intolerável, seja uma igreja ou uma rave (às vezes pode ser a mesma coisa, tipo uma rave gospel).
Paz e tolerância.
Abraço
grato por sua leitura, Ângelo.