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os livros de 2011

Tem hora que meus estudos exigem tanta bibliografia, que já não sei se estou lendo para estudar ou se estou estudando para ler. Na hora de peneirar o trigo e o joio, separei abaixo dez livros lidos em 2011:


Um livro de fácil leitura de um biofísico e teólogo que desmonta um a um os argumentos de outro livro (Deus, um delírio): O delírio de Dawkins, de Alister McGrath.

Um livro de um ateu que mostra como os bestsellers ateístas promovem uma caricatura da realidade religiosa e como a ciência e a religião têm traído seus ideais: O debate sobre Deus: razão, fé e revolução, de Terry Eagleton.

Um livro que abandona a história da música contada em linha reta e une estética e politicamente blues e Bach, ópera e Bob Dylan, John Cage e Kurt Cobain: Escuta Só: do clássico ao pop, de Alex Ross 

Um livro que descortina uma percepção sábia da música e nos apresenta uma ideia rica e inclusiva da prática musical: A Música Desperta o Tempo, de Daniel Barenboim

Um livro que apresenta os diversos estilos de louvor e culto e não se furta a dar conclusões: Adoração ou Show: críticas e defesas de seis estilos de culto, de Paul Basden (org.)


Uma pequena obra-prima sobre a fragilidade da inocência e da virtude numa sociedade corrompida: Billy Budd, o Marinheiro, de Herman Melville

Um livro que mostra 13 pessoas, entre eles, Tolstoi, Dostoievski, Martin Luther King, Chesterton e até Gandhi, cuja vida e fé cristã são alento e inspiração: O título não é “13 pessoas e um segredo de fé”, mas  Alma Sobrevivente, de Philip Yancey

Um livro que analisa o relativismo e o ceticismo que têm paralisado a vida espiritual do cristão contemporâneo: Marcados pelo Futuro, de Douglas Reis

Um estudo imparcial de um período em que as dificuldades culturais e geográficas do trabalho de evangelismo eram acompanhadas de exclusivismo religioso e sectarismo social: O Celeste Porvir: a inserção do protestantismo no Brasil, de Antonio Gouveia Mendonça

Um livro que mostra as divergências e convergências entre as práticas musicais populares e eruditas e ainda desmistifica a origem e o uso da síncope na canção brasileira: História e Música no Brasil, de José Geraldo Vinci de Moraes e Elias Thomé Saliba (orgs.)



Comentários

Jayme Alves disse…
De todas as páginas que atravessei em 2012, ficaram saudades destas:

"Nenhum Olhar" - José Luís Peixoto

"Em Alguma Parte Alguma" - Ferreira Gullar

"Em 6 passos o que faria Jesus" - Paulo Brabo

"Uma Casa na Escuridão" - José Luís Peixoto

"O Filho Eterno" - Cristovão Tezza

"O Paradoxo Amoroso" - Pascal Bruckner

"Ortodoxia" - G. K. Chesterton

A partir da sua lista, selecionei os seguintes alvos: Alex Ross (que já apareceu noutro ano com "O Resto É Ruído"), Alister McGrath, Terry Eagleton e Philip Yancey (além de Melville, é claro).

Boas leituras em 2012.
joêzer disse…
Jayme,
comecei a ler o do Paulo Brabo, mas tive que interromper. Ficou pra 2012.
bom novo ano de novas leituras! abraço
lmmc disse…
nunca duvidei da competência de daniel baremboim mas sempre tive um pezinho atrás com ele, e com tudo o que faz.

ao ver "a música desperta o tempo" na prateleira da livraria cultura, quase passei reto. mas não consegui.

sentei, li lo primeiro capítulo ali mesmo e o resto em casa.

ele fala claro, transparente, pra se identificar com os músicos e atrair os leigos....

:)
joêzer disse…
o Barenboim foi muito feliz nesse livro.
@pprreettaa disse…
Muito bom! principalmente por estar entre sua preferência Philip Yancey, um escritor sensível e de capacidade para muitos temas. Ainda não li este, mas vou adquirir. Leia também:O Deus (in)visível. Boa Sorte com seu bom blog. Ieda (sou mãe da Liliane)
joêzer disse…
oi, Ieda. Que honra sua visita por aqui. Obrigado pela dica!

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