Para quem, esse ajuntado de palavras? Para quem, esses louvores terrenos?
A quem se destina a estrofe pequena? A quem, tal destempero de versos?
Às doze notas que mal aprendi
Às mil vozes que escutei
À canção que me balança a rede
À música que, mesmo quando o timbre é amargo,
Mesmo quando a paga não recompensa,
Me faz querer possuí-la na beira do ouvido,
Na ponta dos dedos, na margem da voz
Música não existe por si
Não é um ser não-gerado
Não é uma deusa incriada
A música precisa do músico para ser.
Mas ele não diz: Haja música.
Fica ali, na indecisão,
entre o som e o silêncio,
pois quer bem a ambos
Tudo o que ele toca vira música
Mesmo que chamem de barulho
Por isso:
Aos descobridores de melodias
Aos que com notas de afeto
desatam os nós escuros da alma alheia
e me fazem sorrir numa unhappy hour
Aos desafinados de bom coração
Aos desvalidos da canção reprimida
Aos festeiros da bossa triste
Aos amuados do acorde feliz
Aos que têm escala mas não têm escola
Aos que tangem uma viola
pra chamar a moça bonita
que ainda não sabe o que é mais belo:
Se o amor, se o sorriso, se a flor
Se luiz, se chico, se heitor
Aos endividados do ritmo
Aos dólarmente abençoados
Aos que fazem da costela do som
a música que nos beija a face
A eles, meus ouvidos reverentes.
E também a todo aquele que,
vivendo de uma sonata ao luar do sertão
ou de uma samba de um real só,
preferiu ser carpinteiro de ruídos
A quem se destina a estrofe pequena? A quem, tal destempero de versos?
Às doze notas que mal aprendi
Às mil vozes que escutei
À canção que me balança a rede
À música que, mesmo quando o timbre é amargo,
Mesmo quando a paga não recompensa,
Me faz querer possuí-la na beira do ouvido,
Na ponta dos dedos, na margem da voz
Música não existe por si
Não é um ser não-gerado
Não é uma deusa incriada
A música precisa do músico para ser.
Mas ele não diz: Haja música.
Fica ali, na indecisão,
entre o som e o silêncio,
pois quer bem a ambos
Tudo o que ele toca vira música
Mesmo que chamem de barulho
Por isso:
Aos descobridores de melodias
Aos que com notas de afeto
desatam os nós escuros da alma alheia
e me fazem sorrir numa unhappy hour
Aos desafinados de bom coração
Aos desvalidos da canção reprimida
Aos festeiros da bossa triste
Aos amuados do acorde feliz
Aos que têm escala mas não têm escola
Aos que tangem uma viola
pra chamar a moça bonita
que ainda não sabe o que é mais belo:
Se o amor, se o sorriso, se a flor
Se luiz, se chico, se heitor
Aos endividados do ritmo
Aos dólarmente abençoados
Aos que fazem da costela do som
a música que nos beija a face
A eles, meus ouvidos reverentes.
E também a todo aquele que,
vivendo de uma sonata ao luar do sertão
ou de uma samba de um real só,
preferiu ser carpinteiro de ruídos
Joêzer Mendonça
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