Imagine que sua família esteja morando num condomínio há três gerações. Imagine que, embora o espaço seja pequeno, sua família tenha que, de uma hora para outra, dividir o condomínio com um grupo de famílias que morava em outra cidade. Imagine, então, que as novas famílias recebam um grosso financiamento do governo. E que agora você e sua família tenham que sair de onde moram porque vocês não são dignos de habitar no condomínio dos ancestrais das novas famílias. Imagine que na parte do condomínio em que você mora não entra comida, remédios e roupas. Multiplique sua família por 1,5 milhões de pessoas. Esse é o número de pessoas enjauladas em Gaza, a maior prisão a céu aberto do mundo.
Desde sua fundação arbitrária em 1948, o Estado de Israel jamais trabalhou pela paz ou teve boa vontade para com os palestinos. Ao contrário, acusa-se Israel de usar os meios mais vis para exterminar uma população inteira, para levar adiante um projeto que não pode ter outro nome a não ser o da limpeza étnica (?!). Parece inacreditável que o governo israelense venha atacando os palestinos da Faixa de Gaza quando, não faz muito, o povo judeu foi cruelmente atacado pelos nazistas. Construção de muro de segregação, bombardeio de escolas e universidades, impedimento da entrada de imprensa e até de ajuda humanitária.
Se fosse o contrário, palestinos cometendo uma chacina em Belém, o clamor internacional ressoaria por todas as rádios e TVs do mundo. Mas, infelizmente, o que se vê até agora é uma imprensa silenciosa, coadunada com a opinião calcificada de que qualquer crítica a Israel é mostra de anti-semitismo.
Os palestinos do Hamas decerto cometeram e cometem assassinatos, são adeptos do vil terrorismo e não se pode concordar jamais com o lançamento de mísseis sobre cidades israelenses. O Hamas nem sequer reconhece a existência do Estado de Israel. Porém, o governo de Israel (reforço que não se trata de medidas do povo judeu, mas de uma orientação oficial histórica do seu governo) já expulsou 750 mil palestinos, convertendo-os em refugiados e impedindo o retorno deles, apesar das resoluções da ONU.
No artigo “Israel e suas bombas nunca quiseram a paz”, Haim Bresheet, professor da Universidade de East London, afirma que “desde 1967, Israel fez tudo que algum Estado poderia fazer para tornar impossível qualquer solução política: colonizou por vias ilegais territórios ocupados por via ilegal e recusou-se a acatar os limites de antes das invasões de 1967; construiu um muro de apartheid; e tornou a vida impossível para a maioria dos palestinos. Nada, aí, faz pensar em esforço de paz. Antes, é operação continuada e sistemática para a limpeza étnica dos territórios palestinos ocupados ilegalmente”.
Para o veterano jornalista israelense Uri Avnery, autor de uma carta aberta a Barack Obama, o governo de Israel rejeitou a negociação da paz e prefere agir militarmente porque se tornou um Estado militarista, dotado de uma arrogância típica de uma potência ocupante.
A Bíblia conta a história de Sansão, líder hebreu que esqueceu as atribuições de liderança outorgadas por Deus e foi fazer intriga com os filisteus que habitavam em Gaza. Suas peripécias contra seus inimigos retratam a imagem de um homem distante de Deus: táticas terroristas como queimar plantações e demonstrações de força como arrancar o portão de uma cidade revelaram a ineficácia das ações do homem mais forte do mundo.
Prepotência, auto-suficiência e sujeição aos instintos eram os males de Sansão. Arrogância, preconceito e inimizade são os males do Israel contemporâneo.
E nós, os ocidentais, cujos líderes exigem o cessar-fogo em Gaza como quem pede um favor ou uma pizza? Nós, cujos presidentes fecham os olhos para o genocídio em nações sem petróleo e sem filosofia judaico-cristã, como Ruanda, Somália e Palestina? Nós, que nos emocionamos com os filmes sobre o terrível Holocausto perpetrado contra os judeus e não nos comovemos quando se trata do massacre israelense contra os palestinos? Nós que esquecemos rapidamente dos terríveis ataques palestinos aos judeus?
Há ainda aqueles que utilizam a Bíblia como um documento cartorial que concede sesmarias aos donatários judeus, fazendo com que a outrora terra prometida se torne uma terra pró-sionista. Enquanto a tragédia for encoberta com o véu da grande e da pequena mídia, enquanto os líderes de um lado e de outro estiverem cegos pelo olho por olho, enquanto ambos os povos não trocarem a guerra santa pelo santo diálogo, enquanto as outras nações ficarem paralisadas assistindo a morte de crianças, não haverá possibilidade de coexistência pacífica.
Só haverá a imagem de uma terra santa sem paz e a aterradora presença de homens de má vontade.
Acima, foto tirada por celular. Enviada pelo prof. Said Abdelwahed, de Gaza, Palestina para o blog Moments of Gaza .
Desde sua fundação arbitrária em 1948, o Estado de Israel jamais trabalhou pela paz ou teve boa vontade para com os palestinos. Ao contrário, acusa-se Israel de usar os meios mais vis para exterminar uma população inteira, para levar adiante um projeto que não pode ter outro nome a não ser o da limpeza étnica (?!). Parece inacreditável que o governo israelense venha atacando os palestinos da Faixa de Gaza quando, não faz muito, o povo judeu foi cruelmente atacado pelos nazistas. Construção de muro de segregação, bombardeio de escolas e universidades, impedimento da entrada de imprensa e até de ajuda humanitária.
Se fosse o contrário, palestinos cometendo uma chacina em Belém, o clamor internacional ressoaria por todas as rádios e TVs do mundo. Mas, infelizmente, o que se vê até agora é uma imprensa silenciosa, coadunada com a opinião calcificada de que qualquer crítica a Israel é mostra de anti-semitismo.
Os palestinos do Hamas decerto cometeram e cometem assassinatos, são adeptos do vil terrorismo e não se pode concordar jamais com o lançamento de mísseis sobre cidades israelenses. O Hamas nem sequer reconhece a existência do Estado de Israel. Porém, o governo de Israel (reforço que não se trata de medidas do povo judeu, mas de uma orientação oficial histórica do seu governo) já expulsou 750 mil palestinos, convertendo-os em refugiados e impedindo o retorno deles, apesar das resoluções da ONU.
No artigo “Israel e suas bombas nunca quiseram a paz”, Haim Bresheet, professor da Universidade de East London, afirma que “desde 1967, Israel fez tudo que algum Estado poderia fazer para tornar impossível qualquer solução política: colonizou por vias ilegais territórios ocupados por via ilegal e recusou-se a acatar os limites de antes das invasões de 1967; construiu um muro de apartheid; e tornou a vida impossível para a maioria dos palestinos. Nada, aí, faz pensar em esforço de paz. Antes, é operação continuada e sistemática para a limpeza étnica dos territórios palestinos ocupados ilegalmente”.
Para o veterano jornalista israelense Uri Avnery, autor de uma carta aberta a Barack Obama, o governo de Israel rejeitou a negociação da paz e prefere agir militarmente porque se tornou um Estado militarista, dotado de uma arrogância típica de uma potência ocupante.
A Bíblia conta a história de Sansão, líder hebreu que esqueceu as atribuições de liderança outorgadas por Deus e foi fazer intriga com os filisteus que habitavam em Gaza. Suas peripécias contra seus inimigos retratam a imagem de um homem distante de Deus: táticas terroristas como queimar plantações e demonstrações de força como arrancar o portão de uma cidade revelaram a ineficácia das ações do homem mais forte do mundo.
Prepotência, auto-suficiência e sujeição aos instintos eram os males de Sansão. Arrogância, preconceito e inimizade são os males do Israel contemporâneo.
E nós, os ocidentais, cujos líderes exigem o cessar-fogo em Gaza como quem pede um favor ou uma pizza? Nós, cujos presidentes fecham os olhos para o genocídio em nações sem petróleo e sem filosofia judaico-cristã, como Ruanda, Somália e Palestina? Nós, que nos emocionamos com os filmes sobre o terrível Holocausto perpetrado contra os judeus e não nos comovemos quando se trata do massacre israelense contra os palestinos? Nós que esquecemos rapidamente dos terríveis ataques palestinos aos judeus?
Há ainda aqueles que utilizam a Bíblia como um documento cartorial que concede sesmarias aos donatários judeus, fazendo com que a outrora terra prometida se torne uma terra pró-sionista. Enquanto a tragédia for encoberta com o véu da grande e da pequena mídia, enquanto os líderes de um lado e de outro estiverem cegos pelo olho por olho, enquanto ambos os povos não trocarem a guerra santa pelo santo diálogo, enquanto as outras nações ficarem paralisadas assistindo a morte de crianças, não haverá possibilidade de coexistência pacífica.
Só haverá a imagem de uma terra santa sem paz e a aterradora presença de homens de má vontade.
Acima, foto tirada por celular. Enviada pelo prof. Said Abdelwahed, de Gaza, Palestina para o blog Moments of Gaza .
Comentários
E pensar que esta guerra toda é so por causa da riqueza do lugar. Em que o homem se tornou...Deus deve ficar muito triste ao ver a humanidade!!!!!!!!!