Você já ouviu falar do Tea Party mas não sabe muito bem o que é? Te explico sem meias palavras: é um movimento de extrema-direita que conjuga fundamentalismo evangélico com racismo e ao mesmo tempo prega um neoliberalismo radical em que o Estado deixaria de atuar em setores como educação, saúde e regulamentação dos bancos e se preocupasse só com a segurança pública.
Misturando xenofobia com ufanismo raivoso, muitos deles criticam as leis que proíbem empresas privadas de discriminar clientes por raça ou religião e se declaram contrários à concessão de cidadania para filhos de emigrantes nascidos nos EUA.
Era esse pensamento fascitóide que pretendia cassar a cidadania de Barack Obama durante a campanha eleitoral de 2008. E até hoje, os militantes do Tea Party vão às ruas com faixas chamando Obama de radical islâmico, anticristo, marxista e nazista. Tudo no mesmo ato.
Nascido e criado nos grotões mais conservadores dos EUA, o Tea Party põe no mesmo caldo grosseiro e maldoso religião e política temperados com teorias conspiratórias. Muitos dos seus militantes veem a ONU como a agência do Anticristo onde são mancomunados os planos malévolos de uma conspiração fascista, islâmica e comunista em parceria com os “liberais” e Wall Street, que visa estabelecer um regime totalitário mundial. Esses agentes da Nova Ordem Mundial já teriam cunhado até uma nova moeda para substituir o dólar: o “amero”.
Nas eleições deste ano aqui no Brasil, valores religiosos evangélicos foram atrelados ao discurso político de ambos os candidatos. Não que esses valores não merecessem a atenção dos candidatos, mas a campanha de José Serra nitidamente se inspirou na campanha republicana ao utilizar a forte presença de líderes pentecostais.
Quando Barack Obama foi eleito presidente, dizia-se em alguns setores evangélicos que aquele era o homem que iria unir o mundo sob seu carisma. Contudo, a menos que haja uma virada na atual situação, a atual situação econômica do país e sua baixa popularidade não lhe reelegeriam.
Como já era visível em sua retórica na campanha (e que a cegueira conspiratória de alguns não via), seu discurso é demasiado conciliador e multiculturalista. Já a extrema-direita norte-americana se pauta pela hegemonia política e pelo exclusivismo religioso. Enquanto Obama é visto como alguém que respeita as lideranças de outros países (até onde é possível) e as variações religiosas, o Tea Party prefere posar como xerife do planeta e é exclusivamente evangélico.
Fique atento, pois tão ruim quanto um governo que rejeita todas as religiões é um governo que advoga uma religião exatamente contrária a sua.
Mais sobre o Tea Party e algumas implicações religiosas, aqui.
Sobre o projeto político do Tea Party, aqui.
Comentários
Gostei muito do post. Tenho acompanhado seu blog há vários meses, apesar de não ter feito nenhum comentário. Sou uma brasileira adv. que está fora do Brasil há 14 anos e meio, blogueira inveterada há 6 anos. Acho suas postagens muito equilibradas!
Apenas um pedido, espero que razoável -- sempre que copiar um texto de outro lugar, será que seria possível já mencionar a fonte ou que você não é o autor desde o início? Não leio muitos blogs brasileiros (OK, pouquíssimos), mas vejo que essa é uma tendência comum -- copiar o texto e apenas no final dizer algo do tipo "retirado daqui." Como você é o autor da grande maioria dos seus posts, eu leio com prazer, mas seria legal ser avisada de antemão se algo que estou lendo é seu ou não, faz sentido? obrigada!
Sou repórter de educação do Estadão. Temos uma seção chamada Minha Tese, na qual gostaríamos de dar a sua sobre música gospel. pode entrar em contato comigo o mais breve possível, por favor? Não encontramos e-mail ou telefone seus.
Meu tel é 11 3856-2081
Obrigada,
Larissa.
meu e-mail é joezer.7@gmail.com ou joezer17@yahoo.com.br