
Platão - República, 399 E, 400 A – B. (Damon e a educação)
“A seguir às harmonias, devemos tratar dos ritmos – não os procurar variados, nem pés de toda espécie, mas observar quais são os correspondentes a uma vida ordenada e corajosa (...). Sobre esse assunto (...) pediremos conselho a Dâmon [Damon], sobre os pés adequados à baixeza e à insolência, à loucura e aos outros defeitos, e os ritmos que devem deixar-se aos seus contrários”
424 C: [Sócrates]: “deve-se ter cuidado com a mudança para um novo gênero musical, que pode pôr tudo em risco. É que nunca se abalam os gêneros musicais sem abalar as mais altas leis da cidade, como Dâmon afirma e eu creio”.
401 D: [Sócrates]: : Não é por este motivo, ò Gláucon, que a educação pela música é capital, porque o ritmo e a harmonia penetram mais fundo na alma e afectam-na [sic] mais fortemente, trazendo consigo a perfeição, e tornando aquela perfeita, se se tiver sido educado”?
410 A: [Sócrates]: “No entanto é evidente que os jovens se precatarão da necessidade de justiça, se cultivarem aquela música simples, da qual dissemos que gerava a moderação”.
Aristóteles - Política, livro VIII, II, 1337b-1338a
“Pode-se dizer que há quatro ramos de educação atualmente: a gramática, a ginástica, a música e o quarto segundo alguns é o desenho; a gramática e o desenho são considerados úteis na vida e com muitas aplicações, e se pensa que a ginástica contribui para a bravura; quanto à música, todavia, levantam-se algumas dúvidas. Com efeito, atualmente a maioria das pessoas a cultiva por prazer, mas aqueles que a incluíram na educação agiram assim porque, como já foi dito muitas vezes, a própria natureza atua no sentido de sermos não somente capazes de ocupar-nos eficientemente de negócios, mas também de nos dedicarmos nobremente ao lazer, pois – voltando mais uma vez ao assunto – este é o princípio de todas as coisas. (...)”
“Por esta razão os antigos incluíram a música na educação, não por ser necessária (nada há de necessário nela), nem útil no sentido em que escrever e ler são úteis aos negócios e à economia doméstica e à aquisição de conhecimentos e às várias atividades da vida em uma cidade (...) nem como nos dedicamos à ginástica, por causa da saúde e da força (não vemos qualquer destas duas resultarem da música); resta, portanto, que ela seja útil como uma diversão no tempo de lazer; parece que sua introdução na educação se deve a esta circunstância, pois ela é classificada entre as diversões consideradas próprias para os homens livres.”
Política, livro VIII,V,1339b
“A seguir às harmonias, devemos tratar dos ritmos – não os procurar variados, nem pés de toda espécie, mas observar quais são os correspondentes a uma vida ordenada e corajosa (...). Sobre esse assunto (...) pediremos conselho a Dâmon [Damon], sobre os pés adequados à baixeza e à insolência, à loucura e aos outros defeitos, e os ritmos que devem deixar-se aos seus contrários”
424 C: [Sócrates]: “deve-se ter cuidado com a mudança para um novo gênero musical, que pode pôr tudo em risco. É que nunca se abalam os gêneros musicais sem abalar as mais altas leis da cidade, como Dâmon afirma e eu creio”.
401 D: [Sócrates]: : Não é por este motivo, ò Gláucon, que a educação pela música é capital, porque o ritmo e a harmonia penetram mais fundo na alma e afectam-na [sic] mais fortemente, trazendo consigo a perfeição, e tornando aquela perfeita, se se tiver sido educado”?
410 A: [Sócrates]: “No entanto é evidente que os jovens se precatarão da necessidade de justiça, se cultivarem aquela música simples, da qual dissemos que gerava a moderação”.
Aristóteles - Política, livro VIII, II, 1337b-1338a
“Pode-se dizer que há quatro ramos de educação atualmente: a gramática, a ginástica, a música e o quarto segundo alguns é o desenho; a gramática e o desenho são considerados úteis na vida e com muitas aplicações, e se pensa que a ginástica contribui para a bravura; quanto à música, todavia, levantam-se algumas dúvidas. Com efeito, atualmente a maioria das pessoas a cultiva por prazer, mas aqueles que a incluíram na educação agiram assim porque, como já foi dito muitas vezes, a própria natureza atua no sentido de sermos não somente capazes de ocupar-nos eficientemente de negócios, mas também de nos dedicarmos nobremente ao lazer, pois – voltando mais uma vez ao assunto – este é o princípio de todas as coisas. (...)”
“Por esta razão os antigos incluíram a música na educação, não por ser necessária (nada há de necessário nela), nem útil no sentido em que escrever e ler são úteis aos negócios e à economia doméstica e à aquisição de conhecimentos e às várias atividades da vida em uma cidade (...) nem como nos dedicamos à ginástica, por causa da saúde e da força (não vemos qualquer destas duas resultarem da música); resta, portanto, que ela seja útil como uma diversão no tempo de lazer; parece que sua introdução na educação se deve a esta circunstância, pois ela é classificada entre as diversões consideradas próprias para os homens livres.”
Política, livro VIII,V,1339b
“Nossa primeira indagação é se a música não deve ser incluída na educação, ou se deve, e em qual dos três tópicos que já discutimos sua eficácia é maior: na educação, na diversão ou no entretenimento. É necessário incluí-la nos três, e ela parece participar da natureza de todos eles. A diversão visa ao relaxamento, e o relaxamento deve ser forçosamente agradável, pois ele é um remédio para as penas resultantes do esforço; há consenso quanto ao fato de o entretenimento dever ser não somente elevado, mas também agradável, pois estas são duas condições para a felicidade. Ora: todos nós afirmamos que a música é uma das coisas mais agradáveis, seja ela apenas instrumental, seja acompanhada de canto, (...), de tal forma que também por este motivo se deve supor que a música tem de ser incluída na educação dos jovens.”
Acima, Platão e Aristóteles em detalhe de A Escola de Atenas, quadro de Rafael Sanzio. Qualquer semelhança de Platão (à esquerda) com Leonardo da Vinci não é mera coincidência, mas uma homenagem de Rafael ao genial colega. Leonardo seria, então, mais que símbolo de homem da Renascença, aquela criatura capaz de dominar tantas áreas do conhecimento humano (física, geometria, arte, culinária e até os primórdios da fotografia),
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