O saber popular nos avisa que fama e fortuna não trazem felicidade. Por outro lado, ser um anônimo na miséria não faz ninguém feliz. E em nossos tempos de celebridade, pior que não ter dinheiro é não ser reconhecido na rua.
O poeta dizia que tristeza não tem fim, felicidade sim. Comparava, então, a felicidade com a pluma que o vento vai levando pelo ar; voa tão leve, mas tem a vida breve, precisa que haja vento sem parar.
O gol é o instantâneo do futebol. Dura menos que um segundo, e sua comemoração, pouco mais que um minuto. A sensação se vai e o artilheiro será cobrado assim que perder aquele outro gol que parecia tão fácil de fazer. O gol é leve, mas a alegria que ele traz é breve.
Crianças dão um tempo da boneca, da pipa e do videogame pra brincar de ser artilheiro. Alguns enfrentarão dolorosas peneiras, cheios de sonhos de ser Ronaldinhos, Patinhos e Martinhas da vida. O problema é que é mais fácil um cartola ir pro céu do que centenas de garotos entrarem na fábrica de craques endinheirados e famosos. Para piorar, o ilustre milionário da bola é assediado por empresários, que querem tirar um punhado de dólares do jogador, é rodeado por beldades, que estão ali quase sempre pelo brilho dos dólares a mais e não pela cor dos olhos do boleiro, e por marcas, que querem agregar a fama do craque a um produto qualquer. Facilmente, ele se torna uma mercadoria pronta pra ser consumida e logo substituída. Ídolo morto, ídolo posto.
Esse arremedo ludopédico-sociológico era pra falar do jogador de futebol Adriano, que saiu da favela para ser atleta, que saiu do Brasil para ser imperador na Itália e que agora faz o caminho de volta pra ser feliz. A fama não atraía melhores amigos do que já tinha, a fortuna não dava pra comprar passagem só de ida para a tristeza e a felicidade já acabava mal a festa terminava.
Embora conquistasse uma vez o coração da torcida, Adriano nunca mais foi capaz de repetir as atuações de uma época de triunfos. Como um filho pródigo, ele volta pra casa, vem ser feliz na favela, com os amigos que já o amavam antes de ser imperador. Adriano mata dois mitos com uma decisão só: um, o mito odioso e ignorante de que na favela não existem lares verdadeiros e amigos fraternos; o outro, o de que a fama e a fortuna do futebol são a língua do F da felicidade.
Quanto tempo vai durar esse momento feliz do craque? Não se sabe. A alegria é o melhor remédio, mas enquanto não chegam novos céus e nova terra, tudo em nosso mundo aqui tem prazo de validade.
O poeta dizia que tristeza não tem fim, felicidade sim. Comparava, então, a felicidade com a pluma que o vento vai levando pelo ar; voa tão leve, mas tem a vida breve, precisa que haja vento sem parar.
O gol é o instantâneo do futebol. Dura menos que um segundo, e sua comemoração, pouco mais que um minuto. A sensação se vai e o artilheiro será cobrado assim que perder aquele outro gol que parecia tão fácil de fazer. O gol é leve, mas a alegria que ele traz é breve.
Crianças dão um tempo da boneca, da pipa e do videogame pra brincar de ser artilheiro. Alguns enfrentarão dolorosas peneiras, cheios de sonhos de ser Ronaldinhos, Patinhos e Martinhas da vida. O problema é que é mais fácil um cartola ir pro céu do que centenas de garotos entrarem na fábrica de craques endinheirados e famosos. Para piorar, o ilustre milionário da bola é assediado por empresários, que querem tirar um punhado de dólares do jogador, é rodeado por beldades, que estão ali quase sempre pelo brilho dos dólares a mais e não pela cor dos olhos do boleiro, e por marcas, que querem agregar a fama do craque a um produto qualquer. Facilmente, ele se torna uma mercadoria pronta pra ser consumida e logo substituída. Ídolo morto, ídolo posto.
Esse arremedo ludopédico-sociológico era pra falar do jogador de futebol Adriano, que saiu da favela para ser atleta, que saiu do Brasil para ser imperador na Itália e que agora faz o caminho de volta pra ser feliz. A fama não atraía melhores amigos do que já tinha, a fortuna não dava pra comprar passagem só de ida para a tristeza e a felicidade já acabava mal a festa terminava.
Embora conquistasse uma vez o coração da torcida, Adriano nunca mais foi capaz de repetir as atuações de uma época de triunfos. Como um filho pródigo, ele volta pra casa, vem ser feliz na favela, com os amigos que já o amavam antes de ser imperador. Adriano mata dois mitos com uma decisão só: um, o mito odioso e ignorante de que na favela não existem lares verdadeiros e amigos fraternos; o outro, o de que a fama e a fortuna do futebol são a língua do F da felicidade.
Quanto tempo vai durar esse momento feliz do craque? Não se sabe. A alegria é o melhor remédio, mas enquanto não chegam novos céus e nova terra, tudo em nosso mundo aqui tem prazo de validade.
Comentários
"(...) comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite. Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão? E o produto do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer? Ouvi-me atentamente, e comei o que é bom, e a vossa alma se deleite com a gordura. Inclinai os vossos ouvidos, e vinde a mim; ouvi, e a vossa alma viverá..." Is 55
Post lúcido e pensamentos vivos, como sempre. Graças a Deus pela sua vida Joêzer,
Shalom!
não tem como não concordar com o que disse o poeta/profeta Isaías.
Todas as vezes que leio seus textos rio d+..Como sempre irônico e sátirico!
Todas as vezes que leio seus textos rio d+..Como sempre irônico e sátirico!
Todas as vezes que leio seus textos rio d+..Como sempre irônico e sátirico!