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meninos, eu vi (e você também)

2010: um ano para recordar ou para esquecer? Na dúvida, cometi um pequeno dicionário de termos e eventos do ano. Ora, se o Fiuk pode ser cantor e ator, por que eu não posso ser enciclopedista? Aí vai:

Política
José Serra: É pau? É pedra? É bolinha de papel? Só sei que eleição no Brasil é o fim do caminho.
PAC: Lula foi o PACman e as obras são um PACderme.

Mundo
WikiLeaks: o estraga-prazeres do amigo secreto da diplomacia internacional.
Berlusconi: é olhar pra ele que a gente se conforma com o Lula.

Esporte
Barrichello, Massa: os últimos serão os terceiros (e quartos, quintos...)
Seleção sul-africana: Bafana Bafana
Seleção espanhola: Bacana Bacana
Seleção brasileira: Banana Banana

Saúde
José Alencar: a resiliência encontrou um sinônimo
Oscar Niemeyer: o homem que olha para Chico Anysio e José Sarney no hospital e pensa: "Esses jovens de hoje..."

Celebridade
George Bush lançou um livro, Vera Fischer lançou um livro, Geisy Arruda lançou um livro: e nós passamos o ano lendo blogs no meio do expediente.

Viagem
Web Jet: pague 9, 90 para entrar, reze uma novena para sair.
Internacional: por que um clube de futebol está nesta seção e não na de esportes? É que, devido a congada que o time gaúcho levou do Mazembe, a única lembrança são as parcelas da viagem a pagar no cartão em 2011.

Filmes
Avatar: a montanha-russa mais sem-graça e mais rentável de todos os tempos
Toy Story 3: o filme hollywoodiano mais adulto do ano é uma animação
A origem: um blockbuster com cérebro

Música
Restart: por favor, está na hora de reinicializar a música popular brasileira

Livros
A música desperta o tempo (Daniel Barenboim): um livro que desperta a consciência
O homem eterno (G. K. Chesterton): a defesa da fé pode ser incrivelmente bem escrita

Meninos, eu vi, eu vejo coisas boas que me acompanharão quando estiver olhando para 2011 e além. O CD Avinu Malkenu (Leonardo Gonçalves), a placidez de Nelson Freire tocando os Noturnos de Chopin, a sabedoria do filme Morangos Silvestres, a força moral dos filmes Jornada para a liberdade e Invictus, a releitura 15 anos depois de Orgulho e Preconceito (Jane Austen) e Sagarana (Guimarães Rosa), os desafios espirituais de A visão apocalíptica e a neutralização do adventismo (George Knight) e Elias (Charles Swindoll), as aulas de "Sociologia da arte e da cultura" na Unesp. Essas coisas nem o mau humor destrói. 

Um ótimo 2011 para todos nós. E, como dizia John Cage, happy new "ears".

Comentários

Deise Carelli disse…
Menino Joêzer, eu li!
Parabéns pelo comentário bem humorado.
Que venha 2011!
joêzer disse…
Vou considerar que "menino" foi uma figura de linguagem. rsrs bom 2011!
Jetro disse…
Hahhaha .. boa joezer.. bem vindo ao coral do juveve!!!

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