Diz o Ramayana: “Os homens ficam felizes quando veem uma nova estação se aproximar, como se uma coisa nova estivesse para sobrevir”.
As pessoas têm a estranha tendência de achar que o ano novo é uma página em branco e o Réveillon é a lousa onde se escreve as decisões de fazer o que deixou de ser feito. Mas 31 de dezembro não é botão de reset, é no máximo uma tecla de reiniciar, e no dia 1º de janeiro você ainda será você com todos os seus defeitos inconfessáveis e suas virtudes autoproclamadas.
Como será o amanhã, pergunta a canção. Há uma grande probabilidade de o sol nascer e se pôr todos os dias. Mais que isso não sei dizer. Não sei se a Dilma fará um bom governo, mas acho que sim. Não sei se o Rio de Janeiro terá paz, mas desconfio que ainda não. Não sei se algum brasileiro ganhará o Nobel de Literatura, mas acho que não ganharemos nenhum Nobel de Medicina.
Já existiu algum ano pior do que outro na história? Se pensarmos de forma coletiva, tirando o dia em que o pecado entrou no mundo todos os séculos foram iguais em tragédias e desventuras e também em alegrias e conquistas. Mas é na vida pessoal que sabemos a diferença entre dias e dias. Provavelmente, hoje teríamos algumas atitudes diferentes em relação ao que fizemos ontem.
No entanto, é mais saudável pensar em como fazer que amanhã seja melhor que hoje. Mas tenha cuidado. Se o amanhã for melhor apenas para ti, muda de plano. Leva os outros no teu projeto de felicidade.
(Publiquei esse texto primeiro no blog Questão de Confiança no finalzinho do ano que passou)
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