Passei a semana procurando a Deus nas letras de um livro, na melodia de uma canção. E eu O vi. Tanto quanto O vejo num almoço de família, quando parece que Ele está em pé, ao pé da escada, sorrindo com a nossa alegria fugaz.
Percebo que Ele também inventa de estar nos lugares mais inesperados e abrasadores: sarças, fornalhas, carruagens de fogo. Outro dia, eu O vi na água.
Aceitei o convite de tocar piano na igreja. Confesso que não é sempre que O vejo na igreja. Ele está lá, sim. Gosto de estar lá também. Mas nem sempre cuido de perceber que Ele veio.
No templo, três meninas e um homem alto entram na água. Vestem longas batas azuis. Elas moram em um lar especial, onde encontraram muitas irmãs e uma nova mãe. Ele vai falar da vida de uma daquelas adolescentes, mas a voz falha. Ele tenta segurar o choro e fala para a menina que não tinha família que nós também somos os seus numerosos pais e irmãos. Ela chora e ele ora em nome do único e afetuoso Pai. Não sei se foi por causa dos meus olhos marejados, mas naquele preciso instante eu vi o céu dentro da água.
Comentários
Seu relato me fez acreditar mais ainda nisso. Muito lindo...
Às vezes esquecemos que nem tudo na vida é progresso, batalha, crescimento pessoal. Quando alguém que teve um começo instável na vida toma uma decisão tão acertiva e plena como essa é uma dessas vezes. E nessas vezes vemos que pouco importa o que nos acontece por aqui, o importante é a longo prazo..
lenner, é boa sua palavra.
my pastor elbert, a beleza da cena me marcou mesmo.
é isso mesmo. vida tocadas e transformadas nos transformam mais que imaginamos.
Aleluia!