O que teria acontecido com o corpo de Cristo, sepultado há dois mil anos? Foi sequestrado pelos seus seguidores? Foi escondido pelos romanos? Ou Cristo de fato ressuscitou?
Uma simples resposta positiva a uma das duas primeiras questões mudaria completamente o sentido do cristianismo. O apóstolo Paulo já adiantava as consequências: "Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa fé". No entanto, se sim, Cristo ressuscitou dentre os mortos, então essa verdade não apenas corrobora o cristianismo bíblico como também altera o sentido da existência humana.
Desse modo, a ressurreição de Jesus não seria um mito fundador da religião cristão. Ao contrário, seria uma verdade lógica. Seria um fato. A crença nesse fato mobilizou as primeiras comunidades cristãs que procuravam viver de acordo com os ensinamentos de Cristo. Três desses ensinos moviam seus corações: eles ajudavam-se mutuamente em tudo (o"amai-vos uns aos outros"), eles disseminavam a boa nova do evangelho em todos os lugares (o "ide e pregai"), seus mártires enfrentavam a morte com a inabalável certeza de que um dia ressuscitariam e viveriam com o seu Senhor (o"virei outra vez").
O amor, a missão e a esperança configuraram a crença da igreja primitiva. Tudo isso, porém, estava baseado num fato histórico e não numa lenda edificante. Se a ressurreição é real, então ela deve ser tratada como um fato extraordinário, único. Acreditar nesse fato condiciona todas as ações. Foi assim com os apóstolos, que de homens hesitantes passaram a homens confiantes, intrépidos. Neles cresceu a autoconfiança porque fundamentavam sua confiança no Alto.
O evangelho não pode basear-se somente na “cruz”, mas no “Cristo ressurreto”. Se Cristo de fato ressuscitou, e ressuscitou como fato histórico e não peça mitológica, a Bíblia tem de ser lida à luz desse evento, o que modifica amplamente o sentido da vida e a compreensão teleológica (o propósito, os fins) da história humana.
Assim, me parece que há três modos de agir quanto ao conhecimento da ressurreição:
1) Cristo não ressuscitou, então vã é nossa pregação e vã é nossa fé;
2) Cristo ressuscitou, mas nossa fé é displicente e descompromissada em relação a essa garantia bíblica extraordinária;
3) Cristo ressuscitou e nosso estilo de vida e nossa fé refletem o amor, a missão e a esperança que procedem desse fato.
Então, o que fazemos hoje com o Cristo vivo?
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