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Pra não dizer que não falei do novo ano

Ano novo. Vida nova? Muita gente vai pular sete ondas, vestir roupa nova e branca, rezar três Ave Marias, acender um incenso, fazer uma corrente, abrir champanhe, dar um beijo durante os fogos da TV. Com exceção do beijo (não necessariamente durante os fogos de Copacabana – prefiro os daqui da vizinhança mesmo), não consigo acreditar no resto. Se o ano novo é encarado como um ritual de passagem, que seja um ponto de partida para o auto-aperfeiçoamento e não como aquelas resoluções de segunda-feira. Toda segunda-feira tem alguém começando o regime, a malhação, a boa vontade entre os homens. Na quinta, já estão quase todos obesos, flácidos e iracundos como dantes.

Resoluções que dão certo começam no minuto posterior a tomada de decisão. Carpe diem, aproveitem o dia, como dizia o professor Robin Williams em sociedade dos poetas mortos. Mas, como vivemos no país que sempre deixa para amanhã o que devia ter feito ontem...

No ano que se vai, completei bravamente (ok, nem tanto) um ano sem carteira assinada e a experiência me deixou ainda mais perto dos meus filhos. Entre um varrer de casa e um estender de roupas, sobrou tempo para a correção e o ensino. E, claro, para umas jogadinhas no Playstation que nenhum homem-do-lar é de ferro. Calma, profetas. Este jogo tinha dia e hora pré-determinadas e rolava também o futebol real com a petizada, embora as frias tardes de Curitiba nos implorassem pelo futebol virtual.

Falando em virtual, a internet me deu a chance de conhecer (no que é possível conhecer via web) pessoas como André Gonçalves, Douglas Reis, Jayme Alves, Michelson Borges e Matheus Siqueira. Gente de fina estirpe de pensamento que me deu o privilégio do diálogo. Paro por aqui ou essa postagem não termina (também agradeço as palavras gentis de Regina Mota, Cândido Gomes, Sérgio Maia, Lívia, Marla, Danilo, Leonardo Martinelli, Daniel Spencer e Levi Tavares).

Amigos face a face também os houve, certamente, que sou mestrando mas não moro num mosteiro com internet wireless. A música me possibilitou a alegria de reencontrar César Marques (fui seu colega de quarto num curso de música no longínquo verão de 98 no UNASP), acompanhar ao piano o craque Allan Breno, ouvir o grupo Amor em Voz cantando minhas canções (singelas, ops, mas de coração) e ter a amizade de Daniel Salles – no início, eu sem coral, ele sem pianista, o inesperado nos fez uma surpresa e virei pianista do Curitiba Coral (hum, pianista é muito. Pianeiro, amigo acompanhador ou coisa que o valha).

Não creio em reformas de sistemas e estruturas sociais sem uma revolução moral e espiritual no coração dos homens e mulheres. Então, façamos do ano que vem um ano melhor do que este que se vai sem nos esquecermos do Deus que nos quer dar não um ano novo, mas um novo coração.

A todos os que, recomendados ou inadvertidamente, conheceram este blog e seu escriba,

um feliz VOCÊ em 2009!

P.S.:Volto a escrever no blog a partir do dia 05 do novo ano. É uma segunda-feira? Tudo bem, esta não é uma resolução de ano novo.

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