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Falecimento de Samuele Bacchiocchi

Um dos gigantes da erudição bíblica, o Dr. Samuele Bacchiocchi faleceu no sábado, dia 20, aos 70 anos de idade. Professor de teologia aposentado da Andrews University, no Estado do Michigan, passou seus últimos momentos em casa com a esposa e seus três filhos, na véspera do aniversário de 47 anos de casamento.

Bacchiocchi foi o primeiro não-católico a formar-se na Pontifical Gregorian University em Roma, tendo recebido uma medalha de ouro do Papa Paulo VI por conquistar a distinção acadêmica summa cum laude. Sua tese: “From Sabbath to Sunday: A historical investigation of the rise of Sunday observance in Early Christianity” (Do sábado ao domingo: uma investigação histórica do surgimento da observância do domingo no cristianismo primitivo).

Nesse trabalho, Bacchiocchi, um adventista do sétimo dia, mostrava que não havia nenhuma ordem escriturística para mudar ou eliminar a guarda do sábado e apontava o papel preponderante da Igreja Católica na efetivação dessa mudança.

O professor indicava ainda o anti-judaísmo e a adoração pagã ao sol como fatores de abandono do sábado e influência na adoção do domingo. Ele evidenciava o anti-judaísmo latente nos escritos de alguns líderes cristãos do segundo século que “testemunharam e participaram no processo de separação do judaísmo que levou a maioria dos cristãos a abandonar o sábado e adotar o domingo como novo dia de adoração”.

Bacchiocchi apontou também a influência do culto pagão ao sol como “explicação plausível para a escolha do domingo” e cujo efeito teria se estendido a marcação do Natal como data do nascimento de Jesus. “A adoção do dia 25 de dezembro como celebração do Natal é talvez o exemplo mais explícito da influência do culto ao sol sobre o calendário litúrgico cristão”, escreveu Bacchiocchi. “É conhecido o fato de que a festa pagã do Dies Natalis Solis Invicti – o dia do nascimento [aniversário] do Sol Invencível, acontecia naquela data”.


Entre outras publicações, Bacchiocchi também foi organizador do livro Christian and Rock Music. Autor de sete dos doze capítulos da obra, Bacchiocchi faz uma análise dos aspectos filosóficos, éticos, sociais e religiosos do rock e procura oferecer uma resposta cristã aos valores predominantes propagados pelo rock. O livro rema na contramão da corrente moderna que faz uso evangelístico da música pop e critica o utilitarismo do proselitismo religioso.

Alguns capítulos ou pontos da pesquisa podem ser vistos como conservadores ou até mesmo destoantes dos estudos culturais contemporâneos ao negar um posicionamento ativo do espectador/ouvinte de música pop e de música gospel. Porém, os argumentos de Bacchiocchi para uma teologia da música adventista (capítulo 6) são pertinentes e válidos como reflexão sobre os usos e recursos da música na igreja.

Os capítulos 10 (Música Popular e o Evangelho), escrito pelo Dr. Calvin Johansson, 12 (O rock e a Cultura), de Eurydice Osterman, e 13 (Música e Moralidade), escrito pelo erudito Wolfgang Stefani, oferecem boas pistas para o debate sobre a música pop no contexto cristão-evangelístico. Eles questionam a conformação musical cristã à estética musical pop, confrontando o meio e a mensagem da música das mídias.

Para além da discussão fundamentada em gosto pessoal, esses estudiosos buscam trazer luz para o debate, providenciando bases bíblicas e sociológicas para o esclarecimento de questões prementes.

Você pode ler uma tradução autorizada no site música e adoração.

Comentários

um grande historiador faleceu...
mas não pode ser confundido com teólogo
sua metodologia de argumentação teológica era, no mínimo, parcial...
não irei falar muito a respeito disso no momento, mas ele foi um grande campeão na área do estudo sobre o a história do Sábado, mas foi muito, muito infeliz em pseudo-teologia relacionada a comportamento e atualidades...
joêzer disse…
de fato, pelo menos no tocante à teologia da música (não conheço seus escritos em outras áreas), os argumentos que ele utiliza valem como reflexão ou ponto de partida para ampliação do debate.

mas essa ainda é uma área que aguarda um olhar teológico com maior abrangência de perspectivas (estudos culturais, etnomusicologia, história social).
André Reis disse…
Concordo com André que ele foi infeliz em sua abordagem musical pseudo-bíblica, como explorei na minha resenha do livro em www.igrejaadventista.com

Especialmente problemática é a abordagem de Calvin Johannson que delega a música a somente os profissionais da música mais bem treinados. Segund a agumentação de Calvin J., os irmãos leigos e simplórios de 90% da IASD não "merecem" oferecer um louvor que seja aquém do patamar estético perfeccionista musical da elite da qual ele faz parte.
ELYANE aMORIM disse…
Seu livro Imortalidade ou ressurreiçao é sui generis, e todo cristão biblico deveria lê-lo
Marcos Sancho disse…
o livro imortalida ou ressurreição eu recomendo, não percam esta oprtunidade
marcos Sancho disse…
Não pecam oportunidade de conhecer a Doutrina Holística da Biblia
Anônimo disse…
Todas as religiões da terra estão totalmente erradas. A tese de Samuele Bacchiocchi está correta acerca da guarda do sábado. Jesus Cristo jamais violou o sábado. Os mesmos judeus que acusaram Jesus de violar o sábado, foram os mesmos que o levaram para a cruz. A Bíblia fala de uma grande babilônia e fala também das suas filhas que não aceitam a guarda do sábado. Satanás é astuto, pois, ele sabe que o sinal de Deus com os seus filhos é o sábado. As igrejas estão no maligno em violar o sétimo dia.Satanás sabe que no final dos tempos haverá o ecumenismo, mas sabe também que o povo de Apocalipse 12:17 não renderá culto a satanás´, pois não farão parte dessa união. Samuele estava correto, pois, na nova terra e novo céu que Deus preparou para os seus filhos, todos prestarão culto no sábado. A derrota de Satanás começou na cruz do calvario e terminará com a segunda vinda de Cristo. O tempo dirá quem tem razão.
Obrigado por estas considerações. Júlio César Prado.

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